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No data em que se comemora o Dia Mundial da Água, 22 de março, Avaré não tem muito o que celebrar. A cidade desperdiça 28,1% de toda a água potável que é captada. Isso significa que a água não chega ao seu destino final: as residências dos avareenses.
As informações são de um estudo pela FGV DATASAN, que foi desenvolvido para possibilitar de forma rápida e intuitiva uma análise de desempenho e de eficiência dos sistemas de saneamento no país.
De acordo com o SNIS, o desperdício leva em conta o “volume de água disponibilizado que não foi contabilizado como volume utilizado pelos consumidores, seja por vazamentos, falhas nos sistemas de medição ou ligações clandestinas”.
As taxas de desperdício ao longo da distribuição da água significa que para cada 100 litros de água captada, tratada e potável, 38 litros não chegam oficialmente a ninguém. A falta de acesso à água tratada também reflete na saúde de grande parte população que, ao mesmo tempo que enfrenta uma pandemia, não tem recursos para a higienização correta, conforme recomendado pelas autoridades médicas.
De acordo com técnicos da área, o desperdício de água ao longo da distribuição impacta o país em pelo menos três frentes, são elas: ambientais, econômicas e sociais. Primeiro, requer a retirada de mais água da natureza para cobrir a ineficiência da distribuição, mesmo em momentos de crise hídricas como passaram as regiões Sudeste, Nordeste e Sul do país.
Além disso, o custo de transformação da água in natura em água potável, que envolve energia elétrica, produtos químicos e funcionários, por exemplo, não é suprido pela tarifa cobrada do consumidor final. Por fim, os problemas sociais, referentes às periferias do país.
ESGOTO – Ainda segundo a FGV DATASAN, por meio de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, Avaré tem 98,2% da população que conta com rede de esgoto. Ou seja, 1,8% de avareenses não contam com coleta de esgoto onde, muitas vezes, os dejetos acabam poluindo o meio ambiente e os rios que cortam o município. Um dado positivo é que todo o esgoto coletado é tratado.
No Brasil, 79,8% do esgoto coletado é tratado, ou seja, mais de 20% fica sem tratamento. Porém, somente 55% da população brasileira conta com rede de esgoto.
Segundo o Instituto Trata Brasil, 100 milhões de pessoas vivem em localidades sem acesso à coleta dos esgotos, estando vulneráveis em relação a doenças como diarreia, leptospirose, dengue, malária e esquistossomose que comprometem o sistema imunológico e, sobretudo, o desenvolvimento de crianças.