Os avareenses pagaram de 1º de janeiro a dia 10 de março deste ano, mais de R$ 19 milhões de impostos municipais, estaduais e federais, conforme o Boletim Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
No mesmo período do ano passado, o valor arrecadado foi de R$ 10 milhões, ou seja, um aumento de 90% referente a 2019. Em todo o país, os tributos pagos pelos brasileiros somam R$ 528 bilhões.
A velocidade da arrecadação cresceu nesse início de 2020. Mas o aumento na arrecadação, já sinalizado nestes primeiros dias do ano, não é necessariamente uma má notícia. É o que explica Emílio Alfieri, economista da ACSP.
“O aumento na arrecadação dos impostos é algo natural se estiver relacionado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Então, como o governo não está mudando as alíquotas, é possível ver com bons olhos essa variação positiva dos primeiros dias de 2020”, explica Alfieri.
Segundo o economista, o estímulo ao crédito para pessoas físicas é um dos fatores que têm ajudado no crescimento econômico do país, o que afeta positivamente a receita com impostos arrecadados pelo governo.
“A redução na taxa básica de juros e a política do governo de estimulo para tomada de crédito para pessoas físicas têm ajudado a aumentar essa arrecadação, sem que seja preciso aumentar as alíquotas”, afirma o economista.
Alfieri alerta, no entanto, que o governo Federal precisa “conter os ânimos” com relação à sinalização de aumento da arrecadação via tributos.
Embora engordar os caixas do governo seja importante para a redução do déficit primário, que deverá ser de R$ 110 bilhões em 2020 segundo projeção do Ministério da Economia, há caminhos alternativos para esse fim, como, por exemplo, a redução dos gastos. “O governo não pode cair na tentação de querer aumentar a arrecadação para tentar reduzir mais rapidamente o déficit primário. Não há espaço para elevar os impostos, ou criar novas taxas, sem que isto afete o crescimento econômico”, alerta.