Por unanimidade, os vereadores da Câmara Municipal derrubaram, na segunda-feira, dia 20 de junho, o veto do prefeito Jô Silvestre ao projeto da vereadora Adalgisa Ward (PSD) que incluiu no Calendário Municipal de Eventos o Dia de Combate à Discriminação Racial em Avaré.
O projeto foi aprovado pela Câmara por unanimidade, mas acabou sendo vetado pelo prefeito Jô Silvestre. “Eu não acreditei quando o senhor prefeito vetou um projeto em relação a discriminação racial. Os negros se revoltaram, pois são discriminados. Esse projeto não gera nenhum dano aos cofres públicos. A impressão que eu tenho que olha que o projeto é da Adalgisa e por isso veta”, disse Adalgisa.
Apesar de ser contrário ao veto, o líder do prefeito no legislativo, vereador Roberto Araújo, argumentou que Silvestre estaria seguindo as orientações do Departamento Jurídico da Prefeitura.
“O prefeito teve uma orientação do jurídico da Prefeitura que ele tem que obedecer, senão quem vai responder lá na frente é ele. Eu acho que esse projeto da Adalgisa merece ser apreciado e aprovado”, disse.
O Dia Municipal de Combate à Discriminação Racial será comemorado a cada ano no dia 21 de março.
DISCRIMINAÇÃO – O assunto é pertinente nos dias de hoje e confrontado diariamente. Apesar de a maioria da população brasileira ser composta por negros ou pardos, as diferenças sociais entre brancos e negros são nítidas no dia a dia. Além do aspecto econômico, há desigualdade no acesso a direitos como educação, saúde, moradia e outros.
A taxa de analfabetismo em 2016 era de 4,2% para brancos e 9,9% para negros ou pardos. Em 2019/2020, a taxa aumentou quase três vezes entre negros e pardos do que o percentual observado entre brancos, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua Educação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A grande diferença reflete a desigualdade nas oportunidades de acessar serviços de escolarização.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, a cada três desempregados, dois são negros ou pardos, que em média recebem 53% do que ganham os brancos.
Caso tenha sofrido discriminação ou deseja denunciar, disque 100, 190 ou caso a linha esteja ocupada, as denúncias podem ser feitas via ligações e SMS, através do número 95 98401-1203. O serviço funciona todos os dias da semana 24h.