Na contramão de vários municípios, que estão substituindo as pedras portuguesas, a Prefeitura de Avaré promoveu uma licitação, em dezembro de 2019, para a contratação de uma empresa para serviços de instalação e reconstituição de mosaico português. Como a modalidade do certame foi registro de preço, o governo de Jô Silvestre poderá gastar mais de R$ 2 milhões com o serviço.
Segundo o portal da transparência, uma empresa de Avaré venceu a licitação pelo valor de R$ 2.010.000,00, sendo que o custo estimado era de R$ 2,3 milhões. Em consulta no CNPJ, a empresa tem um capital de R$ 2 mil, ou seja, cerca de 1% do valor do serviço contratado e que poderá ser gasto pela Prefeitura.
Para justificar a contratação do serviço, o secretário municipal de Serviços, Abelardo Ferreira Mendes, destaca que “é dever do poder público realizar a reconstituição e instalação de mosaico português existentes em praças e passeios públicos (calçadas)”.
Mendes destacou que a Prefeitura não teria funcionários suficientes para realizar o serviço e, por isso, necessitaria da contratação de uma empresa. “Existem diversos pedidos para a execução de pequenos reparos e neste momento não dispomos de servidores em quantidade suficiente para atender a demanda de serviços”.
Ainda segundo ele, existem várias pedras soltas, o que poderia gerar riscos aos munícipes. Abelardo destacou ainda que crianças utilizariam as pedras para agressões a terceiros. “Quando surgem reparos a serem realizados geralmente as pedras se soltam e ficam expostas trazendo riscos aos munícipes que transitam nos locais, como quedas além do fato de que crianças muitas vezes utilizam-se das pedras para agressões a terceiros”.
HERANÇA – Herança da colonização lusitana no Brasil, as tradicionais pedras portuguesas cobrem várias praças de Avaré. Nas últimas décadas, diversas cidades no mundo vêm substituindo suas calçadas históricas, incluindo mosaicos portugueses, por passeios mais práticos e seguros.
No Brasil, em 2007, a Prefeitura de São Paulo substituiu os mosaicos portugueses da Avenida Paulista, existentes desde 1973, por pisos de concreto. No final de 2017, surgiu a proposta de expandir tal prática para áreas de toda a região central da cidade.
Outros municípios, alegando questões de segurança, estão erradicando a calçada Portuguesa, substituindo-a por lajes de cimento, o que gera mais segurança a população.