EXCLUSIVO
Segundo apurado com exclusividade pelo A Voz do Vale, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deverá ser instalada na Câmara de Avaré na sessão ordinária de segunda-feira, dia 17 de maio. A Comissão irá investigar uma compra suspeita de medicamentos de quase R$ 1 milhão feita pela Prefeitura no início de maio para o tratamento de pacientes com Covid-19.
A compra em questão foi de R$ 956 mil em dois medicamentos que fazem parte do tratamento de pacientes com covid-19, especificadamente o Midazolam (sedativo) e Fentanil (analgésico).
A Prefeitura adquiriu 6 mil unidades de Midazolam e 700 unidades de Fentanil, o que daria em média mais de R$ 145 por unidade do Midazolam e cerca de R$ 89 a unidade de Fentanil.
Segundo apurado, o preço médio do Midazolam varia de R$ 26 a R$ 35 a unidade e o Fentanil, de R$ 6 a R$ 10 em média. Os preços pagos pela Prefeitura nos medicamentos seria 75% maiores do que os encontrados no mercado.
A Santa Casa de Penápolis por exemplo, divulgou num relatório a alta dos medicamentos: o Midazolam passou de R$ 2,70 para R$ 37,90 e o Fentanil 10 ml (usado como anestésico para intubação) passou de R$ 2,50 para R$ 15,50 – valores que também não se enquadram na compra em Avaré.
A contratação suspeita foi publicada pelo Jornal do Ogunhê e repercutida em diversos meios de comunicação.
Há dias, ouvintes do programa Cidadania Esporte Notícias, da Rádio Cidadania FM, vem cobrando os vereadores para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os gastos das verbas do Estado de São Paulo e do Governo Federal que foram encaminhadas à Prefeitura para o combate a Covid-19.
O A Voz do Vale publicou algumas matérias na qual foi verificado que os gastos da Prefeitura com a Covid incluem pagamentos de locação de tendas, banheiros químicos, gradil, gasolina, seguranças, entre outros.
Assim que for protocolado o pedido de abertura da CPI, a comissão já deverá ser formada na mesma hora, respeitando os limites da proporcionalidade partidária e da minoria. Três vereadores farão parte da CPI, sendo presidente, relator e membro.
OUTRO LADO – Em entrevista a uma emissora de TV, o secretário de Saúde, Roslindo Machado, disse que a notícia sobre a compra suspeita de medicamentos é “lamentavelmente mentirosa”. “Se a prefeitura não compra medicamentos é punida porque está deixando morrer gente (…) se compra medicamentos nós somos criticados também”, argumentou.
Em relação a inversão de ordem cronológica para pagamento, Roslindo argumenta que “se não paga não tem medicamento”, referindo-se a escassez dos produtos, enfatizando ainda que os medicamentos estão no PS.
Só para lembrar, a empresa Union Medica Distribuidora de Medicamentos e Prod. Hospit. Ltda, foi contratada no dia 3 de maio deste ano pela Secretaria de Saúde, com dispensa de parecer. Dois dias depois, 5 de maio, foram realizados 3 empenhos para a aquisição de medicamento, na modalidade “emergencial”, com inversão da ordem cronológica e sem licitação em favor da empresa.
A Union Med Hospitalar Distribuidora de Medicamentos Ltda. foi aberta em novembro 2019, com o nome fantasia de Union Med Hospitalar e tem quatro sócios e está localizada em um bairro periférico de Aparecida de Goiânia, no Estado de Goiás.
Com informações do A Voz do Vale e do In Foco.