Desde que foi criada, em 17 de maio, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi instaurada para apurar possível superfaturamento na compra de quase R$ 1 milhão em dois medicamentos utilizados para a intubação de pacientes com Covid-19, não divulgaram as ações tomadas até o momento.
Já são 46 dias desde que foi instaurada, sendo que o prazo inicial é de 90 dias, ou seja, até 17 de agosto. Em uma nota enviada ao In Foco, a presidente da comissão, vereador Carla Flores se limitou a dizer que a CPI está em andamento “no sentido de diligenciar e angariar documentos para após realizar possíveis oitivas necessárias à investigação”.
A CPI, apesar de ter apenas membros da base governista, foi solicitada pelos vereadores de oposição com base na denúncia feita pelo jornal do Ogunhê. Segundo ela, a Prefeitura adquiriu 6 mil unidades de Midazolam e 700 unidades de Fentanil por R$ 960 mil – o que daria em média mais de 145 reais por unidade do Midazolam e cerca de 89 reais a unidade de Fentanil.
Uma pesquisa realizada pelo in Foco sobre os valores de medicamentos e também sobre a empresa que vendeu os medicamentos, o jornal verificou que preço médio do Midazolam varia de R$ 26 a R$ 35 a unidade e o Fentanil, de R$ 6 a R$ 10 em média.
Um dos exemplos é da Santa Casa de Penápolis que divulgou num relatório de abril que o Midazolam passou de R$ 2,70 para R$ 37,90 e o Fentanil 10 ml (usado como anestésico para intubação) passou de R$ 2,50 para R$ 15,50 – valores que também não se enquadram na compra em Avaré. A presidente da CPI embarcou para a Rússia, para participar de um fórum dos Brics.
COMISSÃO PROCESSANTE – Já em relação a CP, o presidente do legislativo, vereador Flávio Zandoná negou cópia da CP alegando que o processo está em sigilo.
Segundo o In Foco, lamentavelmente, a postura de falta de transparência do Legislativo tem prejudicado o acompanhamento e a divulgação dos trabalhos. Apesar das respostas, não há de fato, nada de concreto. A CPI em mais de 40 dias não divulgou nenhum trabalho e o “sigilo” da CP causa estranheza já que não há motivo plausível para isso.
Na quinta-feira, dia 1º de julho, a JBMS Sistema de Comunicação, representando a Do Vale TV, protocolou ofício registrando a indignação com a atitude recente de impedir que uma equipe da emissora registrasse a cobertura de uma reunião do Legislativo com o prefeito Jô Silvestre (PTB) sobre suas contas reprovadas de 2017.
Zandoná tem recebido duras críticas da população em virtude de sua postura autoritária e da falta de transparência, principalmente após a aprovação recente de mudanças no regimento interno que limitam a participação popular.
Com informações do in foco