O A Voz do Vale recebeu uma denúncia de que uma idosa, de cerca de 80 anos, teria sido impedida de ser atendida no Pronto Socorro de Avaré, depois de ter esquecido a máscara em casa. O fato ocorreu na madrugada desta quarta-feira, dia 20 de janeiro, em Avaré.
Em um primeiro momento, o porteiro do PS teria negado fornecer uma máscara da unidade para a idosa, mas após ser interpelado por uma munícipe, ele acabou fornecendo o material. A denunciante revela que após ser impedida de entrar na unidade, o marido, que também é idoso, teve que ir a pé buscar a máscara.
“Nesta madrugada, por volta das 3 horas, acompanhei uma pessoa no Pronto Socorro, fiquei a aguardando nos bancos de fora, devido ao procedimento de segurança do Covid-19. Desde que cheguei, tinha uma senhora sozinha que aparentava ter entre 75 a 85 anos, sentada no banco de frente para mim. Pelo tempo que ela ficou, achei que estava ali como acompanhante, porque não era chamada para ser atendida e comecei observá-la. Depois de um certo tempo, prestei mais atenção e percebi que ela estava sem máscara. Imediatamente fui até ela e perguntei se ela não tinha máscara, ela disse que tinha esquecido, mas o esposo (também idoso) tinha ido a pé, buscar a máscara dela na casa, para que pudesse ser atendida”, relata a denunciante.
A munícipe revelou que foi questionar o porteiro se a unidade não tinha uma máscara para fornecer a idosa, onde ela teria sido informada que as máscaras somente seriam para os funcionários. “A menos de 2 metros dela (idosa), estava o vigia do PS, bem de frente a ela, e provavelmente já tinha observado que a idosa estava em risco sem máscara. Fui até ele, e perguntei se não tinham máscara para fornecer para ela. Ele disse que tinham máscaras, mas era para uso dos funcionários. Eu disse que entendia e achava justo, mas em alguns casos como aquele, se tratando de idosa, grupo de risco do Covid, aquelas horas da madrugada, com dor, poderiam e deveriam abrir exceção, e não mandar o idoso a pé pra casa para buscar uma máscara, enquanto ela ficava ali, correndo risco de ser mais uma vítima para a cidade”.
GROSSERIA – Após ser cobrado sobre o caso, o porteiro acabou fornecendo a máscara, mas de forma grosseira. “Ele relutou e disse que não forneciam máscara para o público. Eu disse que gostaria de falar com algum responsável, ele entrou e saiu com uma máscara em mãos, de maneira grosseira, e sem um pingo de educação entregou a máscara pra ela, que na sua humildade, até disse que devolveria para ele, devido ao tanto que ele falou pra ela”.
A munícipe ficou indignada com a cena e quis saber o nome do porteiro, porém ele, como outros funcionários do PS, não forneceram a informação. “Diante de tanta negligencia, despreparo para lidar com o público e falta de educação, perguntei o nome do porteiro para informar no próprio PS os fatos, ele que não usava crachá ou qualquer identificação, se recusou a fornecer seu nome e disse para eu pedir para a enfermeira chefe. Fui até o balcão de atendimento, onde o funcionário também estava sem identificação e disse que não poderia me informar o nome do porteiro, e entrou para falar com a enfermeira, saiu com a mesma informação, eu disse que precisava, pois agora não faria só a reclamação no PS, mas também na Secretaria de Saúde e, talvez, na Policia Civil e MP (Ministério Público), devido a negligencia em meio a um momento de contaminação”.
O funcionário do balcão teria informado que a enfermeira iria falar com a denunciante, o que acabou não ocorrendo. “Ele ligou para alguém e disse q a enfermeira chefe viria falar comigo, aguardei por mais de 40 minutos e ela não veio, assim como não passaram o nome do funcionário. O fato foi todo registrado, pois bem na entrada onde estávamos tem câmeras, que serão usadas, assim como peguei o nome da paciente idosa”.
Para a munícipe, o porteiro teria sido negligente ao negar, em um primeiro momento, a máscara para a idosa, fazendo com que o marido idoso retornasse a pé para casa para buscar o material de proteção.
“Além do dever de urbanidade que faltou ao porteiro, a maior gravidade está no fato, de com tantas mortes no Brasil e em Avaré, diante de uma idosa, quem tem o dever de zelar pela saúde, negligenciar a idosa num ambiente de risco como o PS e se negar fornecer 1 máscara. E se negar a atende-la devido ao fato de estar sem máscara, fazendo o idoso voltar de madrugada para casa, para providenciar. São inúmeras ilegalidade que irei denunciar pois não deve ser o primeiro caso e não deve se repetir, e se tiverem interesse, fico a disposição”, finalizou.
O A Voz do Vale vem recebendo vários relatos de munícipes sobre o mau atendimento no Pronto Socorro de Avaré, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus. Há alguns meses, a Secretaria de Saúde não vem respondendo aos questionamentos do jornal.