Uma jovem de 17 anos foi agredida e estuprada em Avaré. O crime foi registrado no dia 14 de dezembro e teria ocorrido em uma praça localizada na Brabância, em Avaré. Outra jovem de 17 anos estava junto e presenciou o abuso.
De acordo com as informações contidas no Boletim de Ocorrência, por volta das 3 horas da manhã, as jovens estavam sentadas em um banco da praça quando foram abordadas por um homem que estava em uma motocicleta.
Segundo elas, o homem era branco e forte, estava em uma moto dourada, com um capacete branco aberto e vestia jaqueta preta, calça jeans azul e tênis.
Elas relataram a polícia que o homem parou e disse o que elas fariam se ele sacasse uma arma. Uma das jovens acabou desafiando ele. O homem acabou segurando a amiga pelo pescoço e exigiu que a garota que desafiou ele tirasse a calça.
Em seguida, o homem teria deu um soco no rosto da jovem a qual ele estava segurando pelo pescoço e ordenou que ela ficasse de lado enquanto estuprada a amiga. Ainda segundo elas, após a consumação do ato sexual, o homem fugiu.
As mães das jovens chamaram a polícia. Existem câmeras de seguranças próximas a praça, o que pode ajudar no reconhecimento do criminoso. Elas passaram por exame no Instituto Médico Legal (IML) e o caso foi registrado como estupro e lesão corporal.
AUMENTO – Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) entre novembro de 2018 e dezembro de 2019, houve um aumento de 67% de crime de estupro. Em novembro do ano passado ocorreram 6 casos de estupro, enquanto até o dia 14 de dezembro, foram registrados 10 casos.
Já o estupro de vulnerável, praticado contra crianças menores de 12 anos e pessoas pra apresentam algum tipo de deficiência, também aumentou. Somente neste ano foram 32 casos, contra 30 no mesmo período de 2018, um aumento de quase 7%.
BRASIL – O Brasil contabilizou mais de 66 mil casos de violência sexual em 2019, o que corresponde a mais de 180 estupros por dia. Entre as vítimas, 54% tinham até 13 anos.
É o número mais alto desde 2009, quando houve a mudança na tipificação do crime de estupro no Código Penal brasileiro e o atentado violento ao pudor passou a ser enquadrado como estupro. Os dados fazem parte do 13º Anuário de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Foram recolhidas estatísticas das secretarias de segurança de todas as unidades federativas. O aumento nos casos de estupro, cuja maior parcela de vítimas é do sexo feminino (82%), vem acompanhado de um crescimento em outras modalidades de crime contra mulheres, como feminicídio e agressão doméstica, na contramão de uma queda nos demais índices de violência, como o de assassinatos.
AJUDA – O psicólogo Alexandre Bez destaca os danos causados à vítima que sofre estupro. Segundo ele, o estuprador extrai do ato um prazer baseado em uma “perversão sexual”, os sentimentos que envolvem o ato são raiva, sensação de poder e sadismo imperativo. Muito provavelmente este tipo de homem tem dificuldade em se relacionar.
Também é importante destacar que ao cometer esse ato, o agressor está causando um dano mental irreversível e danos emocionais quase irreparáveis, pois ao violentar sexualmente uma mulher, o indivíduo assassina a existência da vítima, cometendo dois delitos.
O ato sexual não consentido pode ainda frear o comportamento sexual da vítima, deixando-a em um estado de medo e apreensão constante. Outros sentimentos como nojo, culpa e vergonha também são comumente despertados nesses casos.
O especialista enumera diversos danos que as vítimas podem vir a sofrer após sofrerem crimes como esse: Falta de concentração, transtornos de ansiedade, insônia, transtornos alimentares, perda de memória (o que possibilita não reviver o trauma), exclusão da vida social e possíveis tentativas de suicídio.
“Nenhuma mulher merece ser violentada, independentemente se veste roupas longas ou curtas. As leis que envolvem nosso país precisam ser mais severas, proporcionando a estes agressores o fator medo e punição. O medo é regulador da sociedade, com a adoção de leis corretas, os delitos tendem a diminuir, pois os mesmos são covardes e temem a eficácia das leis”, conclui Bez.