18/02/2020
O caso da mãe que foi expulsa pela filha de casa e que estava morando nas ruas de Avaré vem gerando grande repercussão, não somente na cidade, mais em vários estados. A situação foi publicada com exclusividade pelo A Voz do Vale no dia 9 de fevereiro.
Uma das filhas, que não quis se identificar, concedeu uma entrevista a Do Vale TV, emissora que vai ao ar pelo canal 61 da TV LP Net. Ela afirma que estaria recebendo ameaças depois que o caso foi divulgado. “Estou recebendo ameaças. Eu não tenho paz mais. A única paz que eu tenho é Deus”.
A filha disse que ajudava a mãe, mas que ela era muito agressiva. “Toda vez que eu recolhia, ela voltava para a rua de novo. A noite ela saia e ia atrás de homem. Eu tive que tirar ela de casa que ela me agrediu, deixou marcas e eu fiz um boletim de ocorrência, só que a justiça é devagar. Eu tenho um filho pequeno para zelar e tenho que pensar na reputação dele”.
Ela revelou ainda que somente após a divulgação é que a mãe recebeu ajuda. “Nós procuramos ajuda várias vezes e só depois desse ocorrido é que levaram ela. Ela é muito agressiva. A gente tentou de tudo para ajudar, mas ela é muito agressiva. É triste. Quem está protegendo a mim e a minha família é Deus”.
NINGUÉM QUER – A filha chegou a dizer que nem as outras duas irmãs e os maridos querem ficar com a mãe. “Nem minhas irmãs querem e nem os maridos. Ela não deixa ninguém dormir a noite. Meu filho fica até perturbado com essa situação. Não tem jeito de colocar ela para dentro de casa. Eu tenho um filho pequeno para zelar”.
Ela finalizou mandando um recado para a população. “Pensem em Deus e larguem a mão de ficar cuidando da vida dos outros”.
REVOLTA – A entrevista gerou grande revolta. A matéria publicada em uma rede social teve repercussão nacional. Foram mais de 3,5 milhões de pessoas alcançadas, sendo que quase 2 milhões visualizaram a matéria. O caso segue sendo investigado na DDM de Avaré.
ENTENDA – Após receber a informação da mulher que estava morando na rua, a reportagem compareceu ao Jardim Presidencial e confirmou o fato. No local, a mulher foi encontrada na frente da casa do ex-marido com seus pertences. Estava chovendo e ela estava toda molhada.
A matéria gerou desdobramentos na segunda-feira, dia 10 de fevereiro. Um boletim de ocorrência foi lavrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Segundo informações apuradas pela reportagem, as três filhas de Roseli Bueno, estão sendo investigadas pela DDM por abandono de incapaz.
Informações dão conta ainda que policiais civis estiveram no local e comprovaram que a idosa estava na frente da casa do ex-marido, no momento em que chovia na cidade.
No local, os policiais teriam sido informados por vizinhos que uma das filhas teria se negado em acomodar a mãe em sua residência. Os próprios vizinhos relataram que estariam contribuindo com alimentação, banho e abrigo provisório. Na noite de domingo, 9, para segunda, dia 10, a idosa teria dormido embaixo de uma mesa de sinuca, em um bar no Jardim Presidencial.
No momento da elaboração do boletim de ocorrência na DDM, uma assistência social do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) esteve acompanhando a ocorrência. Ela teria informado que o município teria encontrado uma vaga em um Hospital Psiquiátrico, onde a Roseli receberá o atendimento necessário.
O ex-marido também esteve na delegacia, onde foi ouvido pelo delegado. As três filhas deverão ser ouvidas nos próximos dias.