Uma das sobreviventes do acidente entre um caminhão e um ônibus que deixou 41 mortos no interior de SP, velou lado a lado a mãe, de 48 anos, e o marido, de 25.
A colisão ocorreu no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em Taguaí. O ônibus, que não tinha autorização da Artesp para circular e estava com documentos irregulares, levava trabalhadores de uma empresa têxtil.
“Só acordei e tinha tudo acontecido já. Aí eu olhei para a frente, meu esposo estava caído, ele me protegeu. Eu sei disso porque as moças que sobreviveram também que estavam na minha frente e falaram que ele deu a vida dele por mim. Foi a pior cena da minha vida até hoje, sendo que tirou a vida do meu marido, da minha mãe”, conta a costureira Sônia Lobo Pacheco.
Elian Marcos também foi um dos sobreviventes e disse que a maioria dos passageiros do ônibus estava sem cinto de segurança e dormia no momento do acidente. “Acho que só o motorista estava de cinto e uns 90%, 95% dos passageiros estavam dormindo”, relata Elian, de Itaí, que teve apenas escoriações provocadas pelo acidente.
“Eu lembro de tudo. Lembro que antes de chegar neste local, mais ou menos a 1,5 km, eu estava dormindo no ônibus. Eu acordei, e nisso era uma curva que não dava para ver bem. Vi que tinha um ônibus e um caminhão muito devagar na frente. Não sei se falhou o freio, mas chegou muito perto do caminhão, que estava devagar, e o motorista tirou o ônibus. Nisso veio a carreta na pista contrária.”
Após o acidente, o caminhão do tipo bitrem (de tamanho maior), que levava carga de esterco, invadiu uma propriedade rural. O motorista do veículo chegou a ser levado ao pronto-socorro de Fartura, mas morreu na unidade.
Ao G1, a companheira do caminhoneiro informou que ele não tinha habilitação para dirigir caminhão, tinha apenas habilitação provisória para carro e, por isso, levava outro caminhoneiro junto nas viagens.
Várias vítimas foram arremessadas na pista com a força da batida, segundo o Corpo de Bombeiros. “Algumas vítimas foram projetadas para fora do ônibus, algumas estavam no interior do veículo e outras ficaram presas nas ferragens e nos bancos do ônibus também, o que dificultou a retirada. Mas tivemos cautela para que não houvesse maiores danos nos corpos”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Alexandre Prandini.
Todas as vítimas foram sepultadas na quinta-feira, dia 26 de novembro.
Fonte: G1