A escolha dos vereadores que vão fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma compra suspeita de medicamentos para tratamentos da Covid-19, deverá parar na Justiça.
Isso devido a forma que o presidente da Casa, vereador Flávio Zandoná, conduziu a escolha, não seguindo a Constituição Federal que destaca no parágrafo 1º do artigo 58: “Nas constituições das mesas e de cada comissão é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa”.
Os partidos Podemos, do vereador Marcelo Ortega e do PSL, de Bel Dadário, se uniram em bloco, mas a união não foi seguida pela Mesa Diretora. Pela Constituição Federal, o PSD teria direito de ter um membro, já que é o partido com o maior número de vereadores no legislativo avareense.
Não seguindo a proporcionalidade partidária, o Zandoná questionou cada vereador sobre o interesse em participar da CPI. Cinco vereadores acabaram mostrando interesse, sendo: Roberto Araújo, Carla Flores, Ana Paula, Hidalgo Freitas e Marcelo Ortega.
O presidente da Casa de Leis colocou em votação, sendo que cada vereador votou em três nomes, sendo que os três membros mais votados são da base de apoio do prefeito Jô Silvestre. Foram eleitos por 7 votos contra 6, os vereadores: Roberto Araújo, Carla Flores e Ana Paula do Conselho.
Outro fato que chama a atenção é que o advogado da Câmara, que vai auxiliar os trabalhos da CPI, é cunhado do prefeito Jô Silvestre.
Informações obtidas pelo A Voz do Vale dão conta que a manobra feita na Câmara para a escolha dos membros da CPI deverá parar na Justiça.
DENÚNCIA – O pedido de CPI foi assinado pelos vereadores da oposição: Hidalgo Freitas, Adalgisa Ward, Luiz Cláudio, Tenente Carlos Wagner, Marcelo Ortega e Bel Dadário e protocolado na Câmara na segunda-feira, dia 17 de maio.
A denúncia suspeita que a compra de medicamentos foi realizada em valor bem acima do praticado no mercado. A compra emergencial foi publicada no dia 3 de maio, efetivada no dia 5 e paga no dia 6 do mesmo mês.
Segundo reportagem do Jornal do Ogunhê, a empresa que forneceu os medicamentos para a Prefeitura é de Aparecida de Goiânia (GO), foi aberta em novembro de 2019, possui capital social de R$ 100 mil e fechou contrato com o município de mais de R$ 900 mil.