Os 7 vereadores que fazem parte da base de apoio de Jô Silvestre aprovaram, durante a sessão da Câmara de Avaré, realizada na segunda-feira, dia 24 de maio, uma Comissão Processante que visa cassar o mandato do vereador Marcelo Ortega por, supostamente, quebra de decoro parlamentar.
A denúncia foi protocolada pela munícipe Claudia Aparecida Angstmann, na qual se baseia na fala do vereador de que a Santa Casa de Avaré teria intubado pacientes com coronavírus sem o kit intubação.
O documento também menciona suposta ligação de Ortega com um escritório de advocacia que foi o responsável pelo mandado de segurança impetrado contra a Câmara por conta da lei que reorganiza o Plano Diretor.
Antes da votação para a abertura da CP, o vereador Ditinho da Farmácia assumiu o lugar de Ortega, que não pode participar, pois faz parte da denúncia.
MANOBRA – Durante a discussão da abertura da CP, o vereador Tenente Carlos Vagner (PSD) classificou a denúncia como uma manobra política para encobrir a Comissão Parlamentar de Inquérito que foi instaurada para investigar a compra de quase R$ 1 milhão de sedativos para tratamento de pacientes com coronavírus praticados pela Prefeitura de Avaré.
“Isso é uma manobra política com o intuito de encobrir a CPI da aquisição de quase R$ 1 milhão em medicamentos, para tentarem dissimular essa ação que foi protocolada pelo PSD, inventaram essa comissão processante desfavorecendo o Ortega”, disse.
Já a vereadora Adalgisa Ward classificou o ato como uma armadilha. “Fiquei estagnada, mas já espero, pois tem as contas do prefeito e tudo que falar na Casa, será usado. O Camilo faz parte do Plano Diretor e os advogados não podiam assinar por serem advogados. Isso é mais uma armadilha para tentar tirar um de nós da Câmara. O vereador tem que comer na mesma panela, senão são ameaças e um monte de coisa. Em nenhum momento o Ortega me procurou para pedir algo”.
O vereador Luiz Cláudio da Costa (PSD) disse que o ato seria uma provocação. “Não foi nada demais, sendo que o vereador somente repassou uma informação. Isso se justifica uma abertura de uma CP. Isso, para mim, não passa de uma provocação”. O vereador Hidalgo Freitas também falou sobre o caso.
Foram a favor da instauração da CP os vereadores: Flávio Zandoná, Carla Flores, Roberto Araújo, Ana Paula, Jairinho do Paineiras, Leonardo Ripoli e Reinaldo Caçapa (que assumiu a vaga de Magno Greguer, que não participou da sessão). Foram contrários a abertura da CP: Adalgisa Ward, Luiz Cláudio, Hidalgo Freitas, Tenente Carlos Vagner, Bel Dadário e Ditinho da Farmácia.
COMPOSIÇÃO – A Comissão Processante é composta pelos vereadores Magno Greguer (Presidente), Luiz Cláudio (Relator) e Ana Paula (Membro).
Para que um vereador seja cassado, são necessários 9 votos, sendo que a base de Jô Silvestre tem 7 vereadores.