Uma construtora é suspeita de aplicar golpes na região. Os clientes denunciam que as casas não foram entregues no prazo combinado e, agora, a empresa que vendeu os terrenos cobra multa cada vez que o prazo não é cumprido.
Dezesseis pessoas denunciaram um esquema de uma suposta construtora que estava comercializando terremos milionários na represa de Jurumirim, na Riviera de Santa Cristina XIII, em Paranapanema. “A gente que trabalha em São Paulo, seria um local ideal para se viver. Fui abordada em um shopping na capital e voltei para a casa como se tivesse feito o melhor negócio da vida, mas se tornou um pesadelo”, disse Norma Matos.
O número de pessoas que teriam caído no esquema pode ser bem maior. “Algumas pessoas não denunciaram com medo de represálias e outras não querem nem saber do nome dos representantes”, disse Marcelo de Oliveira, que também foi lesado.
As pessoas compraram terrenos em um condomínio em Avaré. As condições eram muito atrativas, com pagamento facilitado, com entrada de 3% do valor total e o resto em parcelas, sob a condição que as obras teriam que ser finalizadas dentro de um prazo determinado.
“O gerente de vendas me apresentou o senhor Bruno Correia Wada que é dono da I9 de obras, onde no momento da entrada do loteamento você encontra propagandas, vídeos dizendo da campanha”, disso Norma.
Segundo o R7, Bruno Correia tem 25 processos na justiça em nome da empresa por danos morais, falta de prestação de serviços, rescisão de contrato, entre outros.
No vídeo institucional da Momentum Empreendimentos, Bruno aparece como cliente. “A gente veio de São Paulo, veio morar no empreendimento”, disse no vídeo.
Para o advogado Ricardo Nicrota, foram verificados desrespeitos a normas de defesa do consumidor. “A gente tem uma violação, um desrespeito a normas de defesa do consumidor. De início já se percebe uma venda casada, que é uma irregularidade”.
O cliente Marcelo Oliveira, solicitou a quebra de contrato com a empresa. “O meu prejuízo hoje é de R$ 350 mil”, disse. Isso porque, uma vez que não se constrói no prazo, a empreendedora começa a cobrar multas. “Meu prejuízo ultrapassa R$ 800 mil”, destacou outra cliente lesada que preferiu não se identificar.
Rubens Meneghetti presidente da Momentum, já foi denunciado pelo Ministério Público por apropriação indébita e teve que entregar o passaporte a justiça.
Para a Record TV, Rubens negou conhecer Bruno ou a I9 e que nunca fez venda casada, mas não autorizou que a reportagem usasse a entrevista. Um inquérito policial foi aberto na Delegacia de Paranapanema.
OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria de Segurança Pública que o caso se enquadra em irregularidades da construção de obras residenciais e não em venda irregular de imóveis e que as investigações estão em andamento.
Já os advogados da construtora I9 alegaram que somente se manifestariam se fosse cedido documentos que iriam expor as vítimas, o que não ocorreu na reportagem.
Rubens Meneghetti disse que a Momentum é a administradora do loteamento e faz questão de não indicar construtoras e empreiteiros. Ele disse ainda que a empresa I9 não aparece no site, assim como nenhum empreiteiro com o nome Bruno.
Com informações do R7/Record TV