Em sessão extraordinária realizada na noite de quarta-feira, dia 9 de setembro, os vereadores da Câmara de Avaré aprovaram, por unanimidade, o projeto que cria um crédito adicional de R$ 6,2 milhões para o município.
Deste valor, a Prefeitura terá que utilizar 12,87%, ou seja, cerca de R$ 800 mil com o combate ao Covid-19. O restante, é de livre uso do executivo para demais ações na cidade.
Durante a discussão do projeto, o vereador Ernesto Albuquerque falou sobre a baixa testagem que estaria ocorrendo nos avareenses. O petista pediu que o valor aprovado seja utilizado para testar a população. “Avaré está testando pouquíssimas pessoas. Muitas cidades menores que nós, tem mais casos que Avaré, como Barra Bonita, Macatuba, Lençóis Paulista que tem quatro vezes mais infectados que Avaré. Então, a sub-notificação em Avaré é enorme. Esses mais de R$ 6 milhões são importantes, agora Avaré não testa”.
Para o vereador, grande parte dos recursos deveriam ser destinados a Santa Casa que, segundo ele, estaria sendo a unidade que vem trabalhando na recuperação dos infectados na cidade. “Dei uma sugestão para que oxímetros fossem adquiridos e utilizados na rede básica de Saúde pelos agentes nas casas das pessoas. O que é feito na área da Saúde com esses recursos? Logicamente que mais recursos tem que ser destinados a Santa Casa. Tem que fazer testes sorológicos urgentemente”.
Segundo Ernesto, o número de pessoas infectadas em Avaré seria 7 vezes maior do que o divulgado pela Secretaria da Saúde. “Se fizesse testagem, o número de casos confirmados seria até 7 vezes maior do que estão sendo divulgados (564 no dia 10 de setembro)”.
Além de concordar com uma maior testagem da população, a vereadora Adalgisa Ward pediu que a Prefeitura adquirisse termômetros digitais, já que os órgãos públicos estariam sem o aparelho.
“Esse dinheiro deveria ser utilizado para testar mais a população, comprar termômetros digitais para os órgãos públicos, pois não tem. Tem que testar todo mundo. Sobre esse valor, não podemos ser contra, pois vai beneficiar a saúde e com saúde não se brinca”, disse a parlamentar.
FISCALIZAÇÃO – Ainda durante a sessão, o vereador Cabo Sergio voltou a afirmar que uma comissão deverá ser formada para fiscalizar os gastos com a verba oriunda do Governo Federal. Em agosto, o prefeito conseguiu uma liminar que barra a lei aprovada na Câmara que obrigaria o executivo a encaminhar, semanalmente, a prestação de contas dos recursos.
Segundo o Portal da Transparência da Prefeitura, foram empenhados cerca de R$ 3,4 milhões com gastos no combate ao coronavírus. Porém, nem 50% dos valores empenhados teriam sido pagos pelo município aos fornecedores.