EXCLUSIVO
A ex-diretora da Câmara Municipal de Avaré, Ádria Luzia Ribeiro de Paula, confessou ter praticado o crime de falsidade ideológica e fez um acordo com o Ministério Público para prestar serviço à comunidade pelo período de 4 meses e 20 dias.
O acordo ainda prevê o pagamento de pouco mais de R$ 7 mil, que será destinado ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD), e ao pagamento de R$ 446,76 de ressarcimento aos cofres da Câmara Municipal.
Além de Ádria, a servidora Magaly Aparecida Geraldi também confessou ter praticado o crime de falsidade ideológica e fechou acordo com o Ministério Público para prestação de serviços à comunidade, pelo período de 4 meses e 20 dias ou ao pagamento de quase R$ 3 mil como pena pecuniária, além de ressarcir os cofres públicos no valor de cerca de R$ 450,00.
Para fechar o acordo com o MP, ambas confessaram “integralmente os fatos, fato gravado e registrado em mídia, que ficará sob a guarda do Ministério Público”.
O acordo foi protocolado na Justiça local na quinta-feira, dia 8 de março, para ser homologado. Em caso de descumprimento de acordo, o MP poderá oferecer denúncia na Justiça.
ENTENDA – No dia 31 de julho de 2023, Ádria Luzia, que era diretora da Câmara e que não havia comparecido para trabalhar, solicitou a Magaly, que exercia a função de assistente técnico contábil do legislativo, que registrasse seu ponto no sistema eletrônico. Para isso, Ádria passou sua senha para a servidora que registrou o ponto da então diretora.
Na época, o caso foi denunciado a Delegacia Seccional de Polícia de Avaré pela Mesa Diretora, encabeçada pelo vereador Tenente Carlos Wagner. Um inquérito policial foi instaurado onde foi comprovado o crime.
Para o MP, os fatos se amoldam ao crime de falsidade ideológica majorado, previsto no artigo 299, parágrafo único, do Código Penal. A pena prevista para o crime é de até 5 anos de reclusão e multa, em caso de a falsidade ocorrer em documento público.
POLÊMICAS – Ádria assumiu a direção da Câmara de Avaré em 2017, durante a presidência do ex-vereador Toninho da Lorsa.
Já na presidência do ex-vereador Francisco Barreto (2019/2020), teriam ocorridos atritos entre a diretora e o petista. Barreto chegou a exonerar ela do cargo, mas acabou sendo reconduzida por determinação judicial.
Ela permaneceu no cargo na presidência do vereador Flávio Zandoná (2021/2022), sendo considerada o braço direito da Mesa Diretora. Polêmicas e atritos foram registrados entre ela e alguns vereadores da oposição.
Com a eleição de Léo Ripoli como presidente, ela permaneceu na função, porém com discussões com oposicionistas e com funcionários do legislativo.
Ela foi exonerada em agosto de 2023 pela Mesa Diretora que havia sido recém eleita. Foi o primeiro ato praticado pelos vereadores: Tenente Carlos Wagner (presidente à época), Luiz Cláudio Despachante (vice-presidente), Adalgisa Ward (1º secretária) e Bel Dadário (2ª secretária na época).