Familiares de uma adolescente de 13 anos estão desesperados para que a menina, I.S.M., passe por um procedimento cirúrgico, urgentemente, em Avaré. Ela sofre de escoliose idiopática grave.
Segundo uma tia da menina, nos últimos anos o problema vem se agravando e gerando sérias dificuldades respiratórias. “Nossa família está precisando de ajuda, pois eu não aguento mais ver minha sobrinha sofrer. Ela chora dia e noite nessa loucura”, disse a tia, a qual não será identificada nessa reportagem.
Ainda segundo ela, desde 2019 vem tentando que a Secretaria de Saúde de Avaré encaminhasse a menina para que uma cirurgia pudesse ser realizada, porém ela alega que o problema não foi resolvido.
A tia disse ainda que chegou ser expulsa da Secretaria da Saúde. “O prefeito (Jô Silvestre) e o secretário da saúde (Roslindo Machado) precisam ser mais humanos. Já faz tempo isso e já chegaram a me expulsar da Secretaria da Saúde”, relatou.
Diante da dificuldade com o caso no município, a família foi até São Paulo em busca da cirurgia, mas a pandemia do Covid-19 teria dificultado a solução do problema.
O A Voz do Vale teve acesso a um encaminhamento da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para o Hospital da Unesp, em Botucatu.
No encaminhamento, o médico Paulo Tadeu Maia Cavali, destaca a gravidade do caso e pede que um procedimento cirúrgico seja realizado o mais breve possível, devido a progressão da insuficiência respiratória.
“A paciente apresenta uma Escoliose Idiopática Juvenil Grave Progressiva de 74 graus COBB e com deformidade da caixa torácica e necessita de um tratamento cirúrgico o mais rápido possível devido a progressão da insuficiência respiratória”, solicitou o médico.
Segundo familiares, a atual situação da Unesp que tem 90% dos leitos de UTI ocupados devido o coronavírus, acabou não acelerando a resolução no caso como esperado.
A reportagem falou com o pai da menina que revelou que está tentando que a cirurgia seja realizada no Hospital São Paulo, na capital paulista. O problema é que ela está em uma fila do SUS na unidade, o que não garante o procedimento com a rapidez que o caso merece.
A reportagem apurou que os custos com a cirurgia são altos, principalmente pela prótese que precisa ser adquirida, caso o procedimento fosse realizado no particular.
Procurado, o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Avaré, Miguel Chibani, solicitou que os exames fossem encaminhados para que os médicos da unidade estudassem o caso.
Recentemente, a Santa Casa realizou, de forma inédita, um procedimento cirúrgico de escoliose múltipla, porém a cirurgia foi custeada por um plano de saúde. “Alguma coisa precisa ser feita para ajudar. Ela está sofrendo com muitas dores”, pediu a tia da menina.
OUTRO LADO – O A Voz do Vale questionou a Secretaria de Saúde sobre o caso, mas até a publicação desta matéria a pasta não havia se manifestado.