O A Voz do Vale recebeu uma carta na qual parte dos funcionários públicos da Prefeitura de Avaré mostram indignação com um decreto publicado no dia 4 de fevereiro pelo prefeito Jô Silvestre.
No documento, o prefeito exige a volta de todos os servidores públicos municipais ao trabalho, até mesmo aqueles que são grupo de risco de contaminação do novo coronavírus. Segundo os funcionários, no decreto o prefeito determina a volta aos trabalhos das pessoas que são hipertensas, diabéticas, asmáticos, entre outras, que são consideradas como risco para a infecção.
O decreto de Silvestre estaria contrariando portarias do Governo do Estado, bem como orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Vimos por meio desta, expor nossa indignação e revolta. Somos funcionários municipais do grupo de risco. Estamos amparados pelo decreto estadual e pela OMS, onde declara que diabéticos, hipertensos asmáticos e outras doenças, correm mais risco de complicação caso venha ser contaminado com o Covid-19”, destaca a carta.
Ainda segundo os servidores, muitos trabalham em setores que tem contato direto com a população. “Porém, no dia 4/02, o prefeito Joselyr Benedito Silvestre (Jô Silvestre), decretou uma nova lista, retirando os diabéticos e hipertensos do grupo de risco e determinando a volta imediata ao trabalho. Trabalhamos no setor onde temos contato direto com a população”.
Eles confirmaram a informação de que o adiamento da volta às aulas nas escolas municipais ocorreu devido à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “As aulas foram adiadas para o dia 15 /02 por falta de Epis. E como fica a nossa situação, quem será responsável caso alguém do grupo de risco venha se contaminar com esse vírus? Quem vai arcar com os gastos? E se vier a óbito quem vai dar o suporte tanto emocional como financeiro aos filhos, pais idosos”.
Para os servidores, o prefeito deveria brigar pelo aumento salarial dos funcionários que estaria defasado, ao invés de pedir que pessoas do grupo de risco voltem ao trabalho antes de serem vacinados. “Para derrubar um decreto federal para aumentar nosso salário que está defasado o prefeito não pode, mas derrubar um decreto federal e ordens do OMS e colocar vidas em risco o prefeito tem poder”.
Na carta, eles pedem as autoridades competentes tomem ciência da situação e que preservem os funcionários que estão no grupo de risco. “Diante desse momento atípico decorrente da pandemia instalada em nosso país e com aumento de casos em nossa cidade, causando colapso do sistema de saúde. Pedimos encarecidamente que as autoridades competentes, tomem as providências para preservar nossas vidas. Não estamos nos recusando em retornar ao trabalho, pois precisamos do nosso serviço, mas queremos voltar com segurança”.
Por medo de possíveis represálias, a carta é assinada apenas como Servidores Públicos Municipais. “Por medo de represália, não vamos nos identificar”.