Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apuram supostas irregularidades que teriam ocorrido durante o evento Encontro Campistas Raiz no Camping Municipal de Avaré voltaram a se reunir na quinta-feira, dia 4 de abril, para mais uma rodada de oitivas.
A CPI ouviu o organizador do evento, Eliezer Pazini, que participou da oitiva via internet, já que ele reside no Rio Grande do Sul.
Ele relatou como fez contato com a Secretaria de Turismo, para trazer o evento para o Camping de Avaré. “Entramos em contato por meio de moradores da cidade, que também são campistas, que falaram que o lugar era legal e entramos em contato com a Secretaria de Turismo de Avaré, até conseguirmos contato com o secretário de turismo e assim marcamos a data do evento”.
O organizador disse que desconhecia como seria feito o pagamento das diárias no Camping. Por cada diária, era cobrado R$ 50,00, sendo que o valor fechado para os 4 dias era de R$ 200,00. Os valores pagos pelo evento, foram feitos via PIX na conta dos organizadores.
“Até nós chegarmos ao Camping, nós desconhecíamos como iria ser feito o pagamento. Para a gente ter um público fiel ao evento e para não ter um evento ruim, fraco, todo mundo faz o pagamento referente as diárias que vai ficar para nós, e a gente chegando no local do evento e gente faz o pagamento das diárias que os participantes vão ficar”, disse.
“Participaram de 60 a 70 equipamentos, mas como faz quase um ano que foi feito o evento, alguns dados acabaram se perdendo, porém nem todos pagaram os R$ 200,00, pois ficaram por menos dias”, completou.
Eliezer disse ainda não se recordar do valor que foi pago na portaria do Camping, mas disse que ficou surpreso ao ser informado que o pagamento deveria ser feito em dinheiro. “Eu não recordo o valor integral. A primeira coisa que a gente fez ao chegar em Avaré foi se dirigir para a Secretaria (de Turismo), passar a lista e fazer o pagamento. Quando a gente foi fazer o pagamento via PIX, para nossa surpresa o pagamento tinha que ser em dinheiro na sala de administração do Camping para o senhor Darcy”.
Ele revelou que não recebeu nenhum recibo comprovando o pagamento e disse não ter como fornecer os extratos bancários dos depósitos feitos via PIX destinados ao evento. “De forma alguma a gente recebeu recibo (do pagamento), até porque o evento era bem despretensioso… Como a gente faz um encontro a cada 15 dias no Brasil, fica praticamente inviável a gente conseguir esses comprovantes… Eu não tenho como, são muitos depósitos e tem coisas pessoais que a gente trabalha, então é complicado, não consigo fazer isso”, disse.
“A gente fica relativamente triste em saber que esse dinheiro não chegou nos cofres, mas a nossa parte a gente fez, levando gente para a cidade, fazendo evento de campismo”, completou.
Ele negou ter pago pelos shows que foram realizados durante o evento. “Não fui eu. (Os artistas) já tinham sido contratados. A gente combinou com o Danilo que em uma das noites a gente tocava, fazia o show e que nas outras duas noites, sei lá, foi a Prefeitura que pagou. Não saiu dos nossos bolsos para pagar esses artistas não”.
Ao final da oitiva, os membros da CPI indicaram que o Departamento Jurídico da Câmara deverá solicitar a quebra do sigilo bancário do organizador para comprovar os valores recebidos para o evento e que teriam sido entregues na portaria do Camping.
OUTRA OITIVA – Além do organizador, a comissão também ouviu o funcionário da Secretaria de Turismo, Alexandre da Silva.
Durante a oitiva ele disse que trabalhou durante os 4 dias do evento no Camping e que todas as pessoas que passaram por ele na portaria teriam feito o cadastro e efetuado o pagamento da diária. Ele não soube distinguir quem era do evento e quem eram campistas que vieram passar um dia na cidade.