Em pleno horário de expediente, o secretário municipal de Meio Ambiente de Avaré, Judésio Borges, usou a rede social nesta segunda-feira, dia 12 de janeiro, para ofender internautas.
Em uma publicação da vereadora Adalgisa Ward, na qual a parlamentar relata que a cidade está repleta de mato, e que a cidade estaria abandonada e que capivaras estariam invadindo alguns bairros, o secretário, ao invés de verificar in loco, preferiu dizer que a denúncia seria falsa.
“Tecer comentários sem saber o que está dizendo, são fatos infundados, são denúncias falsas, e com agravantes por partir de um legislador do município eleito pelo povo, que aguardo as verdades de uma legisladora, por gentileza vereadora não induza a sociedade Avareense ao erro”, postou, mesmo que fotos anexadas a publicação comprovam os problemas relatados pela vereadora.
Um outro munícipe fez uma denúncia sobre o chorume do aterro sanitário que estaria sendo despejado em rios. “Isso porque você não sabe sobre o aterro sanitário. Desde o prefeito Poio, o chorume é despejado no leito do rio, as escondidas. E o Jô sabe disso e nunca fez nada. E tenho fotos e vídeos sobre isso, e garanto, com essas chuvas, todo dia se faz isso. Meio ambiente de Avaré já era”, postou L.M.
Na resposta, Borges postou que o munícipe estaria querendo aparecer. “É incrível. Devia ter punição para pessoas da sua índole, que faz crítica sem saber o que está falando, só para se aparecer. Vai estudar vai aprender meio ambiente, aí sim você pode falar, mais eu entendo, você está tentando aprender, um dia poderá ficar bom. Para de mentir para a sociedade. Você devia ser processado e penalizado por mentir em rede social, sabe nada inocente”.
O secretário chegou a postar que os munícipes deveriam aprender com ele e que deveriam trabalhar assim como ele. Borges chegou a destacar na mensagem que as pessoas criticam para não passar fome.
“Vocês deviam ganhar a vida trabalhando assim como eu faço, e não falando mentiras para a sociedade, eu faço críticas sim, mas construtiva, agora vocês fazem críticas para não passar fome, e falam o que nem sabem, tenho dó, eu falava o que eu sabia, e sei, e muito. A nota do aterro de Avaré e 9.5, vai aprendendo comigo, vocês não sabem nada, a não ser falar mentiras para não passar fome”, postou o secretário do alto escalão do governo de Jô Silvestre.
OFENSAS – Questionado por outro munícipe sobre as críticas que proferia ao ex-prefeito Joselyr Silvestre sobre supostos crimes ambientais que ocorriam entre 2005 e 2008, Borges voltou a ofender, dizendo que iria responder para que o avareense não passasse fome, já que as respostas dele iria encher muitas latas de alimento. “Vou ficar aqui te respondendo, pelo menos já fico feliz por saber que minhas respostas não vai te deixar passar fome, as minhas respostas vai encher muitas latas de alimentos”. O secretário chegou a usar problemas pessoais de um munícipe em suas publicações.
DENÚNCIA DE AGRESSÃO – Em janeiro de 2020, o munícipe Natã Becca, de 20 anos, procurou o A Voz do Vale para relatar uma agressão que teria sofrido do secretário de Meio Ambiente de Avaré, Judésio Borges. O fato ocorreu no Horto Florestal. Procurado, Borges refutou a acusação e afirmou ter sido agredido por Natã.
O A Voz do Vale teve acesso ao boletim de ocorrência. Segundo o documento, após serem acionados, os policiais militares compareceram no Horto Florestal. No local eles foram informados por Natã que seus dois irmãos, ambos de 10 anos, estavam pescando no lago, quando o secretário Borges advertiu as crianças.
Natã não teria gostado da forma que Borges se dirigiu as crianças, onde iniciou uma discussão. Além dos irmãos, a esposa dele, que estava gestante, também estava presente.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, após a discussão ambos entraram em luta corporal. A briga acabou chamando a atenção das pessoas que se aglomeraram no local, sendo que alguns munícipes separaram os dois.
Natã estava com um cachorro pitbull, porém, segundo o documento, o animal estava amarrado em uma árvore. Uma fiscal do Horto Florestal acionou a polícia.
VERSÃO DE NATÃ – O A Voz do Vale entrou em contato com Natã para saber detalhes da agressão. Segundo ele, os irmãos gêmeos de 10 anos estavam pescando no lago, pois não existiria nenhuma placa de proibição.
O munícipe afirma que Borges teria sido agressivo com eles. “Estava no horto com minha esposa, gestante de 9 meses, e dois irmãos gêmeos de 10 anos. Eles estavam pescando no local quando chegou o secretário do Meio Ambiente agressivo, falando que no local não poderia pescar. Disse que não sabia por que o local onde estávamos, na parte de cima, não havia placas, apenas placa de risco de afogamento”.
Ainda segundo Natã, Borges teria se exaltado e confiscado a vara de pescar dos irmãos. Ele relatou ainda que o secretário teria empurrado as crianças. “Ele se exaltou e foi confiscar, tomar a vara de meus irmãos, crianças de 10 anos, foi onde eu falei pra ele não relar nos meus irmãos. Ele como secretário do Meio Ambiente foi até as crianças, agressivamente, os empurrou e pegou a vara”.
O fato teria sido o gatilho para que Natã e Borges entrassem em luta corporal. “Foi quando, com minha indignação, fui pra cima dele e entramos em luta corporal ali mesmo. Ele com sua revolva de ser imobilizado por mim chamou outros funcionários seus ali perto. Simplesmente eles tentaram me pegar em 5 pessoas e eu estava com minha mulher gestante e duas crianças, sendo assim apenas segurei meus 2 pitbull pra me defender. Foi minha única ferramenta de defesa no momento, se não eles iriam me agredir muito na covardia”, relatou.
Natã disse ainda que sua esposa, que estava gestante, “deu a luz” um dia depois do fato. Ele disse que a mulher teria ficado nervosa com o ocorrido. Ele passou por exame no Instituto Médico Legal (IML).
VERSÃO DE BORGES – Por telefone, Borges refutou a acusação e disse ter sido agredido por Natã. Ele afirma que as declarações do munícipe não teriam fundamentos. “O que o rapaz está narrando não tem fundamento nenhum. Eu conheço a minha pessoa e meu pessoal e sei muito bem as providências que eu tomei. Foram providências técnicas, que eram para eximir uma atitude que o rapaz estava fazendo, pescando dentro do Horto e ele se rebelou contra a minha pessoa. Na verdade o agredido sou eu. Eu só me defendi da injusta agressão.
Borges classificou como mentira a afirmação do munícipe que afirmou que ele teria empurrado às crianças. “É mentira. Deus é minha testemunha. Eu não sabia a finalidade do rapaz com as crianças, da mulher gestante, um enorme de um pitbull e eu vou agredir uma criança? Alguém teria coragem de agredir uma criança neste cenário? Primeiro que uma criança não se agride, eu digo por esse cenário só se eu tivesse a sanidade mental nos pés”.
Ele afirma ter sido cordial ao abordar o rapaz sobre a pesca no lago do Horto. “Eu conversei educadamente. Não tinha o porquê de eu destratar o rapaz e não tem necessidade nenhuma de eu agredir uma criança que nada me fez”.
O secretário revelou que após o ocorrido, Natã com sua esposa e os irmãos teria deixado o Horto e se encaminhado para a residência, que fica próximo ao local. “Acompanhei ele até a chegada da Polícia Militar que tomou as providências. Estou com minha consciência tranquila e nego os fatos imputados por esse cidadão”.
O caso segue sendo analisado pela Justiça.