Alívio e gratidão. Essas são as palavras utilizadas pela família para comemorar a cirurgia que foi realizada na segunda-feira, dia 28 de setembro, no Hospital São Paulo, na adolescente de 13 anos que sofre de escoliose idiopática grave.
Mais para que a jovem I.S.M. pudesse passar pela procedimento urgente foi uma verdadeira luta. Para quem olha o sorriso no rosto dela, não sabe o que a menina passou: os problemas em se locomover e, até mesmo, de respirar.
No dia 14 de agosto, o A Voz do Vale contou o desespero da família. Na época, tia falou das dificuldades. “Nossa família está precisando de ajuda, pois eu não aguento mais ver minha sobrinha sofrer. Ela chora dia e noite nessa loucura”, disse a tia, a qual não será identificada nessa reportagem.
Ainda segundo ela, desde 2019 eles vinham tentando que a Secretaria de Saúde de Avaré encaminhasse a menina para que uma cirurgia pudesse ser realizada, o que não acabou ocorrendo pelo município.
A tia disse ainda que chegou ser expulsa da Secretaria da Saúde. “O prefeito (Jô Silvestre) e o secretário da saúde (Roslindo Machado) precisam ser mais humanos. Já faz tempo isso e já chegaram a me expulsar da Secretaria da Saúde”, relatou.
Diante da dificuldade com o caso no município, a família foi até São Paulo em busca da cirurgia, mas a pandemia do Covid-19 teria dificultado a solução do problema.
O A Voz do Vale teve acesso a um encaminhamento da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para o Hospital da Unesp, em Botucatu.
No encaminhamento, o médico Paulo Tadeu Maia Cavali, destaca a gravidade do caso e pede que um procedimento cirúrgico seja realizado o mais breve possível, devido a progressão da insuficiência respiratória.
“A paciente apresenta uma Escoliose Idiopática Juvenil Grave Progressiva de 74 graus COBB e com deformidade da caixa torácica e necessita de um tratamento cirúrgico o mais rápido possível devido a progressão da insuficiência respiratória”, solicitou o médico.
Segundo familiares, a atual situação da Unesp que tem 90% dos leitos de UTI ocupados devido o coronavírus, acabou não acelerando a resolução no caso como esperado.
A reportagem falou com o pai da menina que revelou que está tentando que a cirurgia seja realizada no Hospital São Paulo, na capital paulista. O problema é que ela está em uma fila do SUS na unidade, o que não garante o procedimento com a rapidez que o caso merece.
A reportagem apurou que os custos com a cirurgia são altos, principalmente pela prótese que precisa ser adquirida, caso o procedimento fosse realizado no particular.
A luta da família surtiu efeito e com apoio de amizades firmadas na capital paulista foi possível que a jovem possa se desenvolver. “Ela vai ter retornos ainda, mas somente de ver ela operada, feliz e se recuperando a cada dia, isso não é preço de pague. A Prefeitura e a Secretaria de Saúde de Avaré não ajudaram, mas corremos atrás e conseguimos. Porque neste país temos que ter tanto esforço para conseguir algo, já que pagamos nossos impostos e temos nossos direitos?”, finalizou a tia emocionada.
Na época dos fatos O A Voz do Vale chegou a questionar a Secretaria de Saúde sobre o caso, mas a pasta, como em outras oportunidades, não se manifestou.