Quinze minutos. Esse foi o tempo que durou a sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada na noite de segunda-feira, dia 15 de maio, em Avaré.
Com a renúncia do vereador Léo Ripoli, o vice-presidente Flávio Zandoná presidiu os trabalhos. Aparentando nervosismo ao ler sobre a realização de nova eleição para suplente da Mesa Diretora, Zandoná citou o artigo 28 da Lei Orgânica.
Para os vereadores da oposição, a eleição deveria ser realizada como manda o artigo 20, parágrafo 4º da Lei Orgânica. Diante da divergência, o vereador Marcelo Ortega pediu a palavra, que foi negada pelo presidente em exercício.
Diante da negativa, os vereadores da oposição deixaram o plenário e Zandoná suspendeu os trabalhos. Minutos depois ele voltou e encerrou a sessão, convocando os vereadores para uma sessão extraordinária nesta terça-feira, dia 16 de maio, às 8h30.
“O vereador Flávio Zandoná não nos deixou falar e não seguiu a obrigatoriedade da votação do novo presidente da Câmara e, simplesmente, calou a oposição. Nós pedimos a palavra para que ele esclarecesse a não eleição do novo presidente. Ele nos ignorou e, diante disso, nos levantamos e deixamos o plenário. Aliás, o plenário estava lotado com as ADIs, mas, simplesmente, o presidente Flávio Zandoná passou por cima da Lei Orgânica do município”, destacou o vereador Tenente Carlos Wagner.
Após a bancada da situação deixar o plenário, as luzes foram apagadas o que revoltou as pessoas que estavam presentes. Segundo Carlos Wagner, o vereador Flávio Zandoná teria determinado que as luzes fossem apagadas. “Após a gente se levantar, ele mandou que as luzes fossem apagadas em total desrespeito aos mais de 300 avareenses que estavam aqui. Uma das situações mais deprimentes da política avareense”.
Um grupo de professores esteve no local para lutar pelos direitos das Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADIs) e ficaram revoltadas com, segundo eles, a falta de respeito com o gesto da direção do legislativo.
Diante da situação, os profissionais da educação protestaram no saguão principal da Câmara, onde explanaram a “falta de respeito”.
Vereadores da oposição também lamentaram a forma que foi conduzida a sessão e criticaram a decisão de apagar as luzes do plenário, “expulsando” a população que acompanhava os trabalhos.
ELEIÇÃO – Como Léo Ripoli renunciou à presidência e o ex-vereador Jairinho do Paineiras, que fazia parte da Mesa, teve seu mandato extinto pela Justiça Federal, uma nova eleição tem que ser realizada, porém, a forma que os demais membros da Mesa Diretora estaria conduzindo os ditames para a realização do pleito.
Segundo o parágrafo 4º do artigo 20 da Lei Orgânica do Município, “Vagando-se qualquer cargo da Mesa, será realizada eleição para seu preenchimento no expediente da primeira Sessão subsequente à verificação da vaga.”, o que deveria ter ocorrido na sessão ordinária desta segunda-feira (15).