No ano de 2018, o paranapanemense Paulo Henrique Santos Araújo Camargo desenvolvia sua tese de doutorado pela UNESP de Rio Claro, e estudava o papel da dispersão de sementes por aves sobre a manutenção da diversidade de plantas e regeneração de florestas tropicais.
Nessa empreitada Paulo Henrique contou com a ajuda da jovem doutoranda em ecologia pela UFSCar, Daniele Moreno, hoje sua esposa. Juntos desenvolveram em várias propriedades rurais do município de Paranapanema a parte experimental e de campo da pesquisa.
Naquela oportunidade, quando realizavam uma coleta de dados em uma das propriedades, Paulo Henrique e sua parceira registraram uma nova espécie de planta não encontrada nos livros de botânica. Diga-se de passagem, uma planta pertencente à família das mirtáceas, a mesma família da pitanga, jabuticaba, grumixama, uvaia, goiaba e outras, que não tinha registro e tampouco conhecimento por parte da comunidade científica.
Diante desse fato, Paulo Henrique e Daniele consultaram vários professores, pesquisadores e especialistas em taxonomia (área da biologia responsável por identificar, nomear e classificar os seres vivos) da família Myrtaceae. Após comparação com outras espécies da família e consequente exame de DNA, concluiu-se que realmente se tratava de uma nova espécie. Juntamente com outros pesquisadores, Paulo Henrique e Daniele fizeram a descrição da planta e submeteram o artigo à revisão por pares na revista científica “Systematic Botany”.
Oportuno ressaltar que o trabalho desenvolvido pelo jovem casal de pesquisadores foi coroado de êxito. Após a revisão, o artigo foi aceito e publicado em junho na aludida revista.
Em homenagem ao município onde a descoberta foi exclusivamente registrada pelos pesquisadores, deram à nova espécie o nome científico “Eugênia Paranapanemensys”, podendo ser chamada popularmente de “pitanga –amarela”.
IMPORTÂNCIA DA DESCOBERTA
Para os amigos internautas e seguidores que nos prestigiam nas redes sociais, pertinente jogarmos luz sobre a importância dessa descoberta para o município de Paranapanema. Nesse diapasão cabe salientar que cada espécie tem um valor intrínseco associado, simplesmente por existir. E isso, por si só, já é suficientemente importante para se descrever e estudar a espécie.
Sem perder de vista que a espécie descoberta é pertencente a uma família de plantas com grande importância econômica, pois serve como alimento, para cosméticos e tem potencial farmacêutico. Além disso, a descoberta de espécies no município pode garantir mais argumentos plausíveis para a conservação de áreas florestais, bem como compreender as relações ecológicas que elas possuem com as demais espécies, entendendo melhor o funcionamento do meio ambiente.
FATOR PREOCUPANTE
Um fato preocupante povoa a mente do glorioso biólogo paranapanemense, Paulo Henrique. De acordo com suas observações, devido aos poucos indivíduos da espécie que registrou durante a realização da pesquisa, infelizmente à fragmentação e perda de habitat dificulta o estabelecimento da espécie e indica que provavelmente, essa planta já se encontre criticamente ameaçada de extinção. Todavia, apesar da sua justa preocupação com o cenário que se apresenta, Paulo Henrique nos informou que atualmente está desenvolvendo novo projeto em Paranapanema.
AGRADECIMENTO
Dizem os sábios, que somente as boas árvores dão bons frutos. Partindo dessa premissa, não poderia deixar de parabenizar meu querido casal de amigos, Sidney Araújo Camargo e Ofélia Santos Araújo Camargo, pelo filho iluminado que dignifica o nome da nossa querida “Princesinha do Vale”. Ao ensejo, externamos nosso reconhecimento e nossa gratidão ao jovem Biólogo Paulo Henrique e a sua esposa doutora Daniele Moreno, pela excelência do trabalho realizado que culminou com a inserção do nome da nossa querida Paranapanema na órbita da Literatura Científica Internacional. Oportuno expressarmos também nossa imensurável satisfação por contarmos com um ilustre filho da terra e competente biólogo no seleto quadro de pesquisadores do Departamento de Biologia da Pennsilvânia State University, nos Estados Unidos. Parabéns e muito sucesso, Paulo Henrique.
Texto: Adail Barbosa