O presidente da Câmara de Avaré, vereador Barreto do Mercado concedeu, nesta terça-feira, dia 12 de maio, uma entrevista exclusiva ao programa Cidadania Esporte Notícias, que vai ao ar pela Rádio Cidadania FM (104,9). O petista falou de diversas polêmicas envolvendo seu nome.
Na sexta-feira, dia 8 de maio, a Câmara aprovou, por 7 votos a 6, ou seja, com voto de minerva de Barreto, o projeto que autoriza a Prefeitura a pagar gratificações a 225 servidores municipais, sendo a maioria de cargos de chefia.
O vereador Barreto do Mercado destacou ter votado favorável ao projeto devido a própria Câmara pagar gratificações a alguns servidores do legislativo. “Eu me preocupei muito com esse projeto. Fui ao MP com o jurídico da Casa e a Câmara fez o papel dela. Eu tinha muitas dúvidas e fui ao MP. A Câmara tem 16 funcionários efetivos, sendo que 8 recebem gratificação, sendo que um dele recebe duas gratificações por atribuições que não estão na sua função. Isso não é de agora, vem de outros governos”.
O petista destacou que o problema não seria o pagamento das gratificações, mas sim a falta da correção inflacionária que não foi concedida aos funcionários em várias administração. “Infelizmente o problema é que o governo não deu a correção inflacionária que tem que dar anualmente.. Isso deixou um descontentamento geral no funcionalismo, mas os 225 funcionários que recebem essa gratificação é cargo de chefia, que não está na atribuição deles”.
Ele citou que a gratificação não será cedida somente para cargos de chefia, mas para professores que atuam na Educação Especial. “O MP exigiu ter critério. Eu imaginava que não necessitaria do meu voto”.
SEM SUSTENTABILIDADE – Com relação a sua presidência, Barreto revelou ter se sentido desconfortável por atitudes de alguns vereadores da oposição que teria deixado ele é uma situação vulnerável.
“Eu fui eleito presidente da Câmara por um grupo a qual eu esperava uma sustentabilidade para eu fazer o meu trabalho e eu não tive isso. Com dois meses eu percebi que as coisas não estavam sendo do meio jeito e eu estava ficando muito vulnerável. Não estou preocupado com um grupo, mas sim com a maneira que vou votar. Eu não sou vaidoso”, disse. “Estava me sentindo muito prejudicado”, completou.
Questionado se o Partido dos Trabalhadores apoiaria Jô Silvestre em uma reeleição, Barreto revelou que o PT chegou a ser procurado no início da atual administração para que apoiasse o prefeito, porém o partido teria sido unânime em ser oposição.
“Se o PT fosse apoiar o governo, seria no começo, pois o PT recebeu o convite para ter uma conversa e a decisão foi unânime para não apoiar o governo de Jô Silvestre. Não fazemos uma oposição ferrenha, mas uma oposição justa, coerente. E outra coisa, não existe voto de cabresto no PT”.
O petista também foi questionado sobre o projeto que previa a redução em 50% no subsídio dos vereadores, do prefeito e da vice-prefeita, que acabou sendo arquivado. Ele disse ter estranhado a atitude os autores do projeto, vereadores Toninho da Lorsa e Marialva Biazon em apresentar a propositura sem que houvesse uma reunião com os demais parlamentares. Para ele, faltou diálogo.
“Em outras cidades que foi aprovado esse projeto da redução ocorreu de outra forma. Tinha que ter um diálogo e respeito com os vereadores. faltou o respeito, pois não posso intervir no salário dos outros. Tinha que ter feito uma reunião com todos os vereadores, discutirmos como seria apresentado e a Mesa Diretora apresentaria o projeto, não da forma como foi”.
Barreto revelou que os demais vereadores tiveram conhecimento do projeto pelas redes sociais. “Esse projeto foi protocolado sem ninguém saber e os demais vereadores ficaram sabendo somente pelos autores terem divulgado nas redes sociais e eu não achei correto, não achei justo. Eu vi precipitação e não vou falar que e um projeto eleitoreiro e político. Houve um desgaste muito grande e cada vereador tomou seu rumo”.
O presidente do legislativo acabou revelando que poucos vereadores estariam comparecendo a Câmara. Ele chegou a dizer que gostaria que o local contasse com relógio de ponto, inclusive para vereadores.
“Como que eu gostaria que o legislativo tivesse relógio de ponto. Tem muitos discursos que fazem, mas não aparecem na Câmara. A população poderia ir a Câmara e perguntar se todos os vereadores estão lá. A Câmara não é bico”.
Ele reafirmou ainda que não apoiará o atual prefeito. “Não vou apoiar o Jô Silvestre, é uma determinação do partido”.
Barreto falou também sobre a diretora da Câmara, Ádria Luzia Ribeiro, que voltou a função após uma determinação judicial. O vereador disse que o clima é respeitoso e que ambos somente estaria conversando o necessário. A Câmara já apresentou a defesa da resolução que havia exonerado a servidora.
“É difícil, tem que administrar essa situação. O clima é respeitoso e conversamos somente o necessário. Como presidente, o vereador tem que estar mais aberto ao diálogo e não pensar somente em um grupo de 5 vereadores. Eu represento todos os vereadores”.
Barreto acredita existir situações que visam prejudicar sua imagem. “Estão querendo me queimar. Eu tenho posicionamento, coisa que alguns não tem”. “Quem é honesto é honesto na essência”, completou.
A entrevista completa pode ser conferida na página do Facebook da Rádio Cidadania.