Em um projeto desenvolvido pela PEI Maria Izabel Cruz Pimentel, por meio do professor André Luis, a estudante Maria Claudia Rogati Marinho da Silva, usou a tribuna livre na sessão da Câmara Municipal, realizada na segunda-feira, dia 22 de novembro, para cobrar oportunidades de emprego e de qualificação aos jovens avareenses.
Segundo a estudante, boa parte da juventude avareense, de certa maneira, “se sentem órfãos do poder público na questão de emprego e cidadania”. “Ao longo da História do Brasil, nós, jovens e desprovidos de poder aquisitivo, sempre sofremos com o descaso do poder público em relação à qualificação educacional e profissional. Fomos colocados à margem da sociedade no quesito trabalho e educação. Fomos deixados à própria sorte e pelas intempéries da vida”, disse.
Ela citou a Lei de diretrizes básicas da educação, que em seu segundo artigo reza: ‘a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho’, ou seja, um direito inalienável e constituído para nós, jovens, porém pouco reivindicado pela população avareense”.
Porém, para a estudante, os jovens de Avaré não tem muitas oportunidades no campo do trabalho. “Supermercados, lojas do comércio, empregos informais, estes são os destinos de muitos que não encontraram o respaldo do poder público no quesito emprego e qualificação profissional”.
Em seu pronunciamento, Maria Claudia um grande problema da cidade em não contar com entidades públicas, como: SESI, SENAI, FATEC, SENAC e afins, que ofertem qualificação profissional o ano todo. “O que existem são cursos pontuais que, de certa maneira, não atendem aos anseios da juventude de forma geral”, disse.
A estudante retratou a realidade dos jovens que, muitas vezes, precisam abandonar os estudos para trabalhar. “Muitos jovens abandonam a escola para poder ajudar financeiramente suas famílias e há uma triste constatação em nosso município: não há oferta de emprego para todos, e quando há, não temos qualificação profissional necessária para ocupar o espaço ofertado”.
Representando os jovens, a estudante reivindicou que o poder público governe para todos. “Por isso, reivindicamos junto ao poder público que legislem e governem por nós e para nós. Lutem e tragam para Avaré, escolas e cursos de formação profissional de forma intermitente e gratuita. Façam valer o que determina a constituição. Não queremos muito! Queremos apenas o cumprimento da constituição, queremos apenas exercer nossa cidadania. Queremos apenas oportunidades. Queremos uma vida melhor”.
“Aqui no plenário tem uma passagem de Montesquieu, um iluminista que diz: todo poder emana do povo. Espero que vocês façam valer esse pensamento e nos considere como povo que reivindica e busca seus direitos a fim de que se cumpra uma ação concreta do poder público. Muitos jovens, filhos de Avaré, têm no poder público a única esperança de mudança e perspectiva de uma vida melhor. Reitero que legislem em nossa causa, legislem por Avaré”, finalizou.
Professores e a direção da escola estiveram presentes acompanhando o pronunciamento da jovem estudante.