Mais de 5 mil escolas públicas retornaram às aulas no estado de São Paulo nesta segunda-feira, dia 8 de fevereiro. Mas os professores entraram em greve. O sindicato dos professores de SP é contra as aulas presenciais, por acreditar que não há condições sanitárias para o retorno.
A secretaria da educação decidiu manter o retorno, revezando aulas virtuais e presenciais, com 35% da capacidade de ocupação.
Como Avaré está na fase vermelha do Plano SP, o retorno presencial da rede estadual não é obrigatório. Os pais e responsáveis de alunos que concordam com a volta a aula presencial, devem comunicar a escola para que materiais de estudos on-line sejam entregues aos estudantes.
No primeiro dia da volta às aulas na cidade, poucos alunos retornaram as aulas.
O retorno das aulas na rede municipal de ensino, por sua vez, acontecerá somente na próxima segunda-feira, dia 15 de fevereiro.
GREVE – Professores da rede estadual decidiram na sexta-feira (5) entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (8) contra a volta presencial às aulas.
A medida foi aprovada por 91,7% dos votantes na assembleia virtual promovida pela Apeoesp, o sindicato da categoria. Participaram da deliberação, segundo a entidade, cerca de 5.000 docentes. A rede estadual tem cerca de 190 mil educadores.
O início das aulas na rede estadual está previsto com revezamento para que sejam atendidos até 35% dos alunos.
A presidente da Apeoesp, deputada estadual Professora Bebel (PT), afirma que a greve é em defesa da vida. “Não há condições para um retorno seguro”, diz. “Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves.”
A entidade defende que as escolas só reabram após a vacinação dos profissionais da educação e divulgou 147 casos infecção por Covid registrados até o momento em escolas com algum tipo de atividade presencial.
Já o governo João Doria (PSDB) afirma que as escolas da rede foram equipadas para dar segurança a alunos e educadores e argumenta que o retorno presencial é essencial diante das lacunas de aprendizagem e dos problemas de saúde mental decorrentes do ensino remoto.
Em resposta a ação na Justiça que tentou vetar a volta presencial, a Secretaria da Educação afirmou que nenhum caso de transmissão de Covid-19 foi registrado dentro das escolas estaduais que já tinham reaberto para atividades extracurriculares no ano passado.
O Brasil é um dos países com escolas fechadas há mais tempo, segundo levantamento divulgado pela Unesco (braço da ONU para a educação) no final de janeiro. Naquele momento, eram 40 semanas sem aulas presenciais, contra média mundial de 22.
Em nota, a Secretaria da Educação disse lamentar que a Apeoesp “se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”.
A pasta afirma que tomará medidas judiciais contra a greve e que faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas. “A retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, embasada em experiências internacionais e nacionais”, diz a nota. “Estudantes e profissionais com doenças crônicas ou fatores de risco devem permanecer em casa, cumprindo atividades remotas.”
A última greve prolongada de professores ocorreu em 2015, quando a categoria parou por três meses por reajuste salarial e acabou voltando ao trabalho após derrota na Justiça. Na ocasião, a Apeoesp chegou a estimar adesão de 75% dos profissionais no auge do movimento, enquanto o governo falou em apenas 5%.