A volta das sessões ordinárias na Câmara de Avaré, realizada na segunda-feira, dia 1º de junho, foi marcada pelo discurso do vereador Carlos Estati (PTB) que foi considerado machista para alguns munícipes.
Estati criticou duramente os vereadores Adalgisa Ward (PSD) e Ernesto Albuquerque (PT) pela denúncia que foi protocolada no Ministério Público que aponta possível favorecimento do secretário de Serviços de Avaré, Abelardo Mendes, que recebeu terras em seu Haras por meio de serviços pagos pela Prefeitura Municipal.
“A Adalgisa (Ward) viu que era lixo, que era entulho. O secretário pegou esse material inservível e dispensou em uma área mais próxima para a Prefeitura não gastar e denunciaram, mandaram para o Ministério Público, parou a obra”, disse Estati..
O vereador disse que Ernesto seria inimigo da política e chegou a dizer que os vereadores poderiam “quietar isso”, ou seja a denúncia. “Ele é inimigo da política. Poderia quietar isso. Não precisava mandar para o Ministério Público. O Promotor vai ver que somente dois vereadores assinaram”.
Sabendo que Adalgisa Ward iria usar a tribuna após sua fala, Estati chegou a dizer que caso a parlamentar viesse se fazer de “santinha”, ele iria “moer” ela na próxima sessão. “Sei que a vereadora vai falar depois de mim e ela vai vim como uma santinha, se defendendo. Na outra sessão e venho e ‘moo’ ela de novo. ‘Moo’ ela de novo aqui na Tribuna, porque ela vai vim como se fosse uma santinha. Ela, junto com o Ernesto, conseguiu impedir a obra”.
SEM MEDO – Incomodada com a fala de Estati, a vereadora Adalgisa Ward falou sobre a denúncia. “Temos um contrato que foi assinado pela Prefeitura e pela empresa de terraplanagem. Foi assinado pelo secretário e esse secretário levou para sua propriedade as terras. No contrato diz que não pode ser doado para fins particulares. Esse secretário pegou o material e disse que essas terras eram terras que não tinha nada para ser feito. Resolvi enviar para o Ministério Público e tudo que tiver neste contrato, tem uma cláusula que fala da anticorrupção e nós temos que acabar com a corrupção. Tudo que for duvidoso eu vou mandar sim para o Ministério Público analisar”, disse.
Adalgisa afirmou não ter medo da fala de Estati que iria moer ela na próxima sessão. “Não tenho medo de ninguém. Ninguém vai me moer, porque pra me moer, a pessoa precisa ser muito melhor do que eu. Ninguém vai me moer nesta Casa, pois estou aqui para fazer um trabalho sério, honesto, competente. Não faço nada de errado. Trabalho dia e noite e sou contra a corrupção. Não vou admitir que aumente a voz para a minha pessoa. Desde que entrei para essa Casa é um horror”.
“Pode me moer, que a população está vendo quem é quem. Chega, tem que mudar. Precisa acabar aquela panela, que quando o outro quer fazer alguma coisa, tenta impedir. Esse tipo de política tem que acabar”, completou.
A vereadora chegou a dizer que a decisão em denunciar um caso não pode ficar atrelado a amizades. “É obrigação do vereador em mandar para o Ministério Público. Não estamos aqui para passar a mão na cabeça porque é meu amigo. Tem que acabar com isso”.
REPÚDIO – Nas redes sociais, uma internauta está convocando as mulheres para repudiar a fala de Carlos Estati que,segundo ela, seria machista.
Em uma postagem em sua rede social, ela destacou ainda que nenhuma atitude foi tomada pelo presidente da Casa, vereador Barreto do Mercado sobre a fala de Estati.
“Mulheres avareenses: Gostaria de contar com vocês no repúdio a atitude do vereador Estati, que durante a sessão da Câmara, se mostrou totalmente descontrolado ao falar em alto e bom som, que iria moer a vereadora Adalgisa. Foi uma atitude totalmente machista e o pior: Nenhum dos demais vereadores tiveram nenhuma atitude, principalmente o presidente da Câmara”.
“Gostaria de saber se esse senhor teria a mesma coragem para dizer que iria moer se fosse um dos vereadores homens. Ser machão com uma mulher é muito fácil. Para mim foi uma atitude covarde”, finalizou a munícipe M.A.M.