A Estância Turística de Avaré comemora, nesta quarta-feira, dia 15 de setembro, 160º aniversário. A data da fundação que remete ao longínquo ano de 1861, no entanto, é apenas simbólica.
A opção pelo 15 de setembro, dia em que a Igreja celebra as Dores de Nossa Senhora, foi uma forma de deixar registrada a religiosidade dos primeiros habitantes, já que o povoado surgiu ao redor de uma capela dedicada à santa.
Dona de uma beleza natural exuberante, Avaré se transformou em estância turística graças à Represa Jurumirim, distante cerca de 19 quilômetros do centro da cidade.
O reservatório concluído em 1962 deu origem a aproximadamente 1,8 mil quilômetros de praias, formando um verdadeiro mar de água doce.
Outra atração no quesito beleza natural é o Horto Municipal. Floresta conservada na zona urbana, é ponto de encontro entre avareenses e turistas. A cidade conta ainda com cachoeiras e trilhas para ciclistas.
Além disso, ostenta atrativos que moldam o cenário urbano. Entres eles estão o Mercado Municipal, o Largo São João e o Santuário Nossa Senhora das Dores, este erguido no ponto em que a cidade surgiu, marco religioso considerado ainda patrimônio cultural e arquitetônico.
Com aproximadamente 92 mil habitantes, segundo dados recentes do IBGE, Avaré é referência para dezenas de cidades da região, principalmente em termos de comércio, saúde e educação.
A cidade se destaca ainda em termos estaduais e nacionais. Chamada de Capital Nacional do Cavalo, a estância também é conhecida pelas competições equestres e pelos grandes eventos agropecuários que promove.
HISTÓRIA – Fundada em meados do século XIX pelo major Vitoriano de Sousa Rocha e Domiciano Santana, o município surgiu em torno de uma capela votiva dedicada a Nossa Senhora das Dores.
Em busca de um lugar ideal para viver, com terras agricultáveis e água em abundância, os pioneiros de origem europeia chegaram à região da atual Avaré por volta de 1840, segundo as pesquisas mais recentes. Ao major Vitoriano de Sousa Rocha e a seu compadre, Domiciano Santana, é atribuída a fundação do município, cujo local, com vegetação exuberante e muitos recursos naturais, levou ambos, procedentes de Bragança Paulista e de Pouso Alegre, a enfrentarem as dificuldades iniciais, como os ataques de índios botocudos, e se estabelecerem.
Por volta de 1861, ao cumprir uma antiga promessa – a vida salva de sua mulher depois de parto difícil – o major construiu uma capela bem no lugar onde hoje está erguido Santuário de Nossa Senhora das Dores. No altar da pequena igreja e futura matriz ele colocou a imagem daquela que se tornaria a padroeira do município.
Junto com o amigo Domiciano, fez, ainda, a doação de onze alqueires ao patrimônio da futura vila, isto no dia 15 de maio de 1862. Ao redor da capela, nasceu o povoado, chamado Rio Novo.
O major e Domiciano são considerados os fundadores e a data em que se comemora a festa do município é 15 de setembro, dia em que a liturgia católica celebra a festa de Nossa Senhora das Dores. A Vila do Rio Novo foi elevada à categoria de município com o nome de Avaré em 1891.
Dentre os imigrantes que formaram a sociedade avareense, os integrantes da colônia portuguesa estão entre os de maior número. Também contribuíram para o desenvolvimento local: espanhóis, italianos, árabes, japoneses, lituanos, suíços e afrodescendentes.
Participaram ativamente da formação do povoado nomes hoje ligados à história social e política de Avaré, como o capitão Israel Pinto de Araújo Novais, o coronel João Baptista da Cruz e o alferes Manuel Marcelino de Sousa Franco, o Maneco Dionísio, que intercedeu no governo do estado para que a Estrada de Ferro Sorocabana, um marco do progresso local, passasse na antiga Rio Novo, o que não aconteceria segundo o projeto original.
Avaré (ou Abaré) vem do tupi-guarani abaré-y, nome dado pelo intendente (“prefeito”) da época, coronel Eduardo Lopes de Oliveira, ao município, nome este que é de um morro arredondado (morro Avaré) que existe ao sul do município de Itatinga e que fica na então sua propriedade “Fazenda Avaré”. Provavelmente Avaré queira apenas dizer “solitário”, pois o tal morro está isolado de outros. A solicitação da troca do nome de “Rio Novo” para “Avaré” foi feita pelo coronel Eduardo ao então presidente do estado de São Paulo Américo Brasiliense de Almeida Melo, quando, então, o município ganhou autonomia política.