A irmã da jovem de 22 anos que foi achada morta no Rio Novo três dias depois de ligar para o pai e contar que tinha sofrido um acidente disse ao g1 que já imaginava o resultado da investigação policial, divulgado pela Polícia Civil de Águas de Santa Bárbara.
Depois de mais de dois meses de apuração, o delegado Omar Zedan Vieira, responsável pelo caso, concluiu que Káthia Fernandes de Oliveira morreu depois de perdeu o controle do carro que dirigia, bater em uma cerca e cair no rio.
Durante as investigações, a polícia e a família de Káthia chegaram a cogitar outras hipóteses para a morte da jovem, já que ela chegou a ligar para o pai depois de sofrer o acidente de trânsito, no dia 10 de janeiro.
“No começo, quando tudo aconteceu, falavam muita coisa. A gente se perguntava se era isso mesmo, mas acabamos concordando que foi um acidente. Ali não era só a ponte e o rio, tinha um espaço no meio. Então, para mim, o carro deve ter ficado pendurado ali durante a ligação”, afirma a irmã de Káthia.
Ao g1, Taimara Souza disse que já imaginava que as investigações apontariam para um acidente de trânsito, mas que não podia descartar outras possibilidades. No entanto, ela afirmou que a conclusão do inquérito trouxe à família um pouco de conforto.
“A gente pelo menos sabe que ela não sofreu mais do que isso. Uma morte por afogamento já é terrível, não consigo nem imaginar, mas sei que pelo menos ela não sofreu mais ainda. Não teve ninguém que fez mal para ela”, relata.
O inquérito policial sobre a morte de Káthia foi concluído no dia 18 de março e remetido à Justiça. Antes disso, a Polícia Civil já havia divulgado que o laudo necroscópico apontou que a jovem morreu por asfixia mecânica por afogamento.
Durante as investigações, a Polícia Civil chegou a ouvir um rapaz de Iaras, com quem Kathia iria se encontrar antes de desaparecer, e também o ex-namorado dela, de Manduri.
No entanto, os exames indicaram que a jovem não teve lesões externas e que o carro dela, também encontrado no Rio Novo, não tinha vestígios de violência em seu interior.
A ocorrência foi apresentada à Justiça como homicídio culposo na direção de veículo automotor. Ao g1, parentes contaram que Káthia não sabia nadar. “No começo era difícil porque a gente tinha a sensação de que, a qualquer momento, ela iria aparecer. Mas agora vai caindo a ficha de que a gente nunca mais vai ver, de que ela não vai voltar”, lamenta Taimara.
DESAPARECIMENTO – Segundo o boletim de ocorrência, a jovem, que morava em Óleo (SP), disse à família que iria dar uma volta, na noite do dia 10 de janeiro, e logo retornaria para casa. Pouco tempo depois, o pai recebeu a ligação da filha contando que tinha sofrido um acidente.
“Um morador de Iaras disse que tinha marcado um encontro com a Kathia, mas que ela não tinha aparecido. Ele até mostrou uma mensagem que a Kathia enviou para ele, dizendo que estava abastecendo o carro e logo chegaria”, contou a irmã da jovem.
Taimara Souza contou ao g1 que foi até o posto de combustíveis onde a família costuma abastecer, em Manduri, e que funcionários confirmaram que Kathia passou pelo local.
Um vídeo gravado pela câmera do estabelecimento mostra quando um carro vermelho entra no estabelecimento às 21h48 e para ao lado da bomba. Segundos depois, a motorista é atendida, e aparenta estar sozinha no veículo.
Segundo a polícia, não é possível considerar exatamente o horário da câmera de segurança do posto de combustíveis. Funcionários disseram que Kathia passou pelo local por volta das 20h30.
A família informou que, às 20h49, a jovem fez a ligação para o pai, contando que tinha sofrido um acidente. No entanto, a irmã disse que a ligação estava ruim e que não conseguiu retornar a chamada.
Por conta disso, parentes começaram a fazer buscas, refizeram o percurso de Kathia e, no dia seguinte, encontraram o carro da jovem no Rio Novo, às margens da Rodovia Vicinal Jair Gilberto Campaneti.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e retirou o veículo do rio (veja no vídeo acima). A corporação de Avaré informou que também fez buscas pela jovem, mas o corpo dela só foi achado três dias depois, na tarde do dia 13.
Kathia foi enterrada no Cemitério Municipal de Óleo, cidade onde ela morava com a avó. De acordo com a família, não houve velório porque o corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição.