Durante entrevista concedida a Rádio Interativa FM na segunda-feira, dia 4 de outubro, o prefeito Jô Silvestre confirmou que Avaré deixará de fazer parte do Samu Regional. O chefe do executivo ainda revelou a demissão de mais de 30 funcionários do Samu de Avaré.
O prefeito disse ainda que será criado o “Samu Municipal” com apenas 11 funcionários. Hoje o Samu conta com 42 profissionais, sendo que 31 deverão ser exonerados. “Infelizmente a gente sabe que boa parte desse pessoal contratado ai, através de concurso seletivo, vão ter que deixar, a gente vai ter que reduzir drasticamente de 42 funcionários para 10, 11, para gente tocar o nosso serviço de urgência. É claro que tem alguns políticos que acaba abraçando a dor e não vê a situação do município. Tem hora que não temos como agir com o coração, temos que agir com a razão”.
Silvestre também destacou que o Samu municipal não deverá ser terceirizado e que o Samu atual teria mais médicos do que no Pronto Socorro Municipal. “Lembrando que nós não vamos terceirizar o serviço. Vamos usar os nossos recursos e se precisar comprar, vamos comprar veículos novos. São 42 funcionários, é muita coisa. Tem mais médicos no Samu do que no Pronto Socorro e não tem como a gente continuar com isso”.
O anúncio da saída de Avaré do Samu Regional ocorreu durante audiência pública realizada na quinta-feira, dia 30 de setembro, pelo secretário de saúde, Roslindo Machado.
O secretário revelou que já encaminhou um ofício comunicando o Ministério da Saúde a decisão do município deixar o Samu Regional. “Sei que isso vai dar um falatório, mas nós estamos nos desligando do Samu Regional. Já encaminhei um ofício ao Ministério da Saúde dizendo que Avaré não tem interesse em participar do Samu Regional”.
Ainda segundo o secretário, Avaré estaria bancando todas as despesas do serviço. “Avaré banca tudo. Já faz muito tempo que tenho conversado com o prefeito e dito a ele que nós não precisamos do Samu. Esse Samu regional nós não precisamos. Agora nós estamos conseguindo colocar todos a par da realidade”.
Ele ainda criticou os municípios que fazem parte do Samu Regional. “O Samu, do jeito que ele está, só nos causa transtorno e prejuízo grande. Nós não temos que estar preocupados com outros municípios. Esses municípios ficam em uma pressão enorme sobre Avaré, mas dependem do dinheiro que Avaré repassa para a Amvapa para a Amvapa pagar os médicos. Então, não resolve nada para nós, só cria caso”.
Segundo informações apuradas com exclusividade pelo A Voz do Vale, a decisão de Avaré deixar de fazer parte do Samu Regional estaria relacionada a suspensão do repasse de quase R$ 600 mil determinada pelo Ministério da Saúde. A interrupção do repasse foi assinada pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
A reportagem teve acesso a Portaria nº 274, por meio do parecer técnico nº 97/2021, da Coordenação-Geral de Urgência, na qual destaca que Avaré não atendeu aos requisitos exigidos na Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017.
O Ministério da Saúde encontrou inconsistências no Relatório Descritivo Analítico referente ao período de setembro de 2019 a janeiro de 2020 conforme descrito no Parecer Técnico nº 97/2021, da Coordenação-Geral de Urgência.