Eleito um dos 50 melhores profissionais da educação do mundo, o professor de Piraju viajou até Paris, capital da França, para ser homenageado na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A cerimônia aconteceu no dia 8 de novembro.
Alberto Rodrigues dos Santos concorreu ao prêmio “Global Teacher Prize”, considerado um Nobel da educação, com o projeto “Eu sou sensacional”, onde desenvolveu com os alunos formas para se sentirem sensacionais, a partir da construção coletiva do currículo escolar e também da escolha do que eles queriam aprender.
O educador já era conhecido por seus métodos pedagógicos criativos. Em 2021, para aproximar os alunos durante a pandemia da Covid-19, utilizou técnicas de tridimensionalismo para criar projeções holográficas em tamanho real.
A cerimônia de homenagem na França contou com a presença da representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, a diretora de educação da Unesco do Brasil, Rebeca Otero e o Ministro da Educação, Camilo Santana.
Ao g1, o professor Alberto relatou, com emoção, a honra de receber o título. “Dia inesquecível (…) É uma emoção muito grande participar desse momento tão importante para a educação mundial. O sentimento é de gratidão em poder participar desse encontro com os melhores professores do mundo”
Para ele, estar entre os 50 melhores educadores do mundo é fruto de um longo e dedicado trabalho. “É uma oportunidade única de compartilhar experiências com profissionais do mundo inteiro”, comenta.
“Espero que esse evento possa estimular outros professores brasileiros a participarem desse prêmio e acreditarem que é possível estar entre os melhores do mundo, porque temos em nosso país professores e professoras que desenvolvem trabalhos incríveis e que precisam ser compartilhados”.
EMOÇÃO – Ao g1, o professor também conta apesar de ter sido sua segunda visita a Paris, esta viagem foi especial. “Foi um encontro com os melhores do mundo”, comenta.
Alberto destaca que, além do prêmio, foi possível expor reivindicações e demandas sobre a educação no Brasil. Um dos projetos que ele apresentou aos representantes do país falava sobre a construção de salas de artes nas escolas, para incentivo cultural.
“A gente [no Brasil] tem muito uma educação voltada aos padrões e até mesmo muito rígida, temos que seguir uma forma de dar aula mas também precisamos fazer coisas fora da caixa e não desistir por falta de apoio”, acrescenta.
Segundo ele, é importante ter um espaço específico para arte nas escolas, pois atenderia diversos desejos de alunos que, muitas vezes, não teriam a oportunidades de expressar seus talentos artísticos.
Alberto afirma que fica feliz em poder representar o Brasil na competição e, com isso, encorajar mais profissionais a criarem forma lúdicas e dinâmicas para ensinar, que principalmente priorizem as vontades dos alunos.
PREMIAÇÃO – Realizada desde 2014, a premiação é promovida pela Fundação Varkey, em parceria com a Unesco. Neste ano, mais de sete mil professores, de 130 países, se inscreveram na “Global Teacher Prize”, que oferece US$ 1 milhão – cerca de R$ 5 milhões – ao professor vencedor.
Nesta edição de 2023, a educadora Riffat Arif, também conhecida como Sister Zeph, foi eleita a vencedora. Aos 13 anos, a professora paquistanesa fundou, no quintal de sua casa, a própria escola para crianças em situação de vulnerabilidade social.
Fonte: G1