A falta de entendimento entre a Associação Habitacional Social do Brasil (AHSB) e uma construtora da região vem tornando o sonho da casa própria em pesadelo em Avaré. Por um lado a AHSB cobra transparência da construtora e do outro a empresa não reconhece a associação como parceira no projeto.
O representante da AHSB, Marcelo Alves (foto principal), esteve participando da sessão da Câmara de Avaré, realizada na segunda-feira, dia 23 de agosto, que destacou que a associação “faz o trabalho de ajudar a escolher terrenos, indica proprietários e ajudam a se adequarem para terem seus imóveis”.
Durante sua fala, Alves disse ter estranhado a mudança de nome da construtora. “A primeira reunião foi feita aqui na Câmara e começou com os funcionários públicos municipais e, na mudança do governo Bolsonaro, teve até mudado o nome do projeto que era Minha Casa, Minha Vida e agora é o Verde e Amarelo. Nós contatamos uma construtora, tínhamos muita gente inscrita, e contratamos uma construtora de Cerqueira César. Indicamos as pessoas interessadas e, estranhamente, mudou o nome da construtora, mas continuou com o mesmo CNPJ”.
O representante da AHSB afirmou que a construtora não estaria atendendo as pessoas que assinaram os contratos e que estará “enrolando” os futuros moradores. “Vieram para Avaré, fizeram uns contratos de empreitada com as pessoas que se inscreveram. Agora as pessoas ligam para a construtora e não obtém êxito, não atendem, enrolam as pessoas e essas pessoas acabam vindo a procurar a gente da AHSB”.
Marcelo Alves chegou a afirmar que a construtora não estaria tendo transparência. “A construtora que se chamava Avenida, agora passou a ser denominada construtora Pinheiro e a gente tenta conversar, marcar reuniões e eles não comparecem, não dando transparência para a gente e nem uma satisfação e nem para as pessoas que estão pagando R$ 9 mil de entrada, dividido em 18 parcelas”.
Ele disse ter se oferecido na intermediação, mas não estaria tendo retorno da construtora. “Me ofereci a intermediar a conversa e sugeri que fosse colocado uma segunda construtora para ajudar o processo ser mais rápido, mas eles alegam a pandemia e eu sou construtor e sei que a Caixa nunca financiou tanto como nessa época de pandemia do crédito imobiliária. A construção civil não parou um dia (durante a pandemia). A gente quer saber porque estão demorando a começar (a construir), sendo que a gente já havia indicado engenharia da LGT, eles não deram continuidade e retiraram os documentos da LGT”.
Ele revelou que a AHSB cobra uma taxa de R$ 25,00 de seus associados. “Apesar da gente ser uma associação sem fins lucrativos, a gente tem uma taxa de R$ 25,00 por mês que é para custear o projeto, pagar o aluguel do prédio, da colaboradora, telefone, entre outros gastos”.
Alves pediu apoio dos vereadores na resolução do problema.
OUTRO LADO – Ainda durante a sessão camarária, o vereador Jairinho do Paineiras, exibiu um áudio de um representante da Construtora Pinheiros que afirmou estar em tratativas com o proprietário do terreno. “A gente está tendo uma tratativa com o senhor “Batata” e tem vários equívocos acontecendo, mas a gente está esclarecendo tudo”, disse Rodrigo.
Ele revelou que a Construtora Pinheiros não teria qualquer vínculo com a AHSB. “O que o povo está conflitando é essa associação. Tem gente que há mais de 5 anos que está pagando essa associação, pagando sindicato e nós, construtoras, temos alguns contratos há 7 ou 8 meses apenas e tem pessoas que tem 5 e 6 anos que estão pagando a associação e não é problema nosso e nós não temos vinculo nenhum com associação nenhuma”.
Rodrigo destacou ainda que algumas pessoas que assinaram contrato com a construtora estaria procurando, de forma equivocada, a associação. “Essas pessoas que tem o contrato com a construtora, nós estamos entrando em contato com eles. Algumas pessoas entram em contato com nós e outros com essa ‘bendita’ associação, na qual a gente não tem vínculo nenhum e não queremos saber deles”.
Ele afirmou que a construtora não tem problemas judiciais e que vai esclarecer o caso as pessoas que assinaram o contrato para obter a casa própria.
Inicialmente, o projeto previa a construção de 350 casas, sendo que parte delas seriam destinadas para funcionários públicos, tanto da esfera municipal quanto a estadual, porém, até o momento, não foram dados prazos para que as unidades habitacionais sejam construídas e entreves aos mutuários que se cadastraram a assinaram o contrato.