Durante a sessão da Câmara de Avaré, realizada na segunda-feira, dia 16 de agosto, o vereador Carlos Wagner cobrou transparência dos trabalhos realizados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades na aquisição de dois medicamentos, no valor de quase R$ 1 milhão.
O parlamentar pediu publicidade de todos os trabalhos realizados até o momento, como as testemunhas que foram ouvidas pela comissão. “A população está nos cobrando e com razão. Está tudo obscuro. Peço transparência de todos os atos praticados até o momento pela CPI”, destacou.
Desde que foi criada, em 17 de maio, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não divulgaram as ações tomadas até o momento. O prazo final, de 90 dias para a entrega do relatório final, expira na terça-feira, dia 17 de agosto. Até o momento, os membros da CPI ainda não deram sinal se o prazo será prorrogado.
Já são 89 dias desde que foi instaurada. Em uma nota enviada em julho, a presidente da comissão, vereador Carla Flores se limitou a dizer que a CPI está em andamento “no sentido de diligenciar e angariar documentos para após realizar possíveis oitivas necessárias à investigação”.
A CPI, apesar de ter apenas membros da base governista, foi solicitada pelos vereadores de oposição com base na denúncia feita em um jornal da cidade. Segundo ela, a Prefeitura adquiriu 6 mil unidades de Midazolam e 700 unidades de Fentanil por R$ 960 mil – o que daria em média mais de 145 reais por unidade do Midazolam e cerca de 89 reais a unidade de Fentanil.
Uma pesquisa realizada sobre os valores de medicamentos e também sobre a empresa que vendeu os medicamentos, o jornal verificou que preço médio do Midazolam varia de R$ 26 a R$ 35 a unidade e o Fentanil, de R$ 6 a R$ 10 em média.
Um dos exemplos é da Santa Casa de Penápolis que divulgou num relatório de abril que o Midazolam passou de R$ 2,70 para R$ 37,90 e o Fentanil 10 ml (usado como anestésico para intubação) passou de R$ 2,50 para R$ 15,50 – valores que também não se enquadram na compra em Avaré.
A presidente da CPI embarcou para a Rússia, em julho, para participar de um fórum dos Brics. A vereadora Carla Flores vem sendo muito criticada, pois usou dinheiro público e, até o momento, não apresentou a prestação de contas da viagem no portal de transparência do legislativo.