Quatro pessoas foram presas na região de Bauru na manhã desta terça-feira, dia 29 de setembro, durante a operação Raio X, que investiga desvio de verba da saúde pública. A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na Câmara de Agudos e também em endereços de pelo menos dois vereadores da cidade. Um deles, Glauco Luis Costa Ton (MDB), conhecido como Batata, está entre os presos.
A operação investiga desvio de verbas na saúde pública em várias cidades paulistas e também em outros estados. Até o fim da manhã desta terça-feira, 20 pessoas foram presas. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão na região centro-oeste paulista e quatro de prisão.
Além do vereador Glauco Luis Costa Ton (MDB), o Batata, o irmão dele também foi preso em Paulistânia, cidade onde mora.
Os outros dois presos são um empresário que presta serviços para o setor da saúde e um advogado, ambos teriam envolvimento com esquema na região noroeste do estado. Todos foram levados para sede do Deic em Bauru.
Na Câmara de Agudos, os mandados foram cumpridos em gabinetes de parlamentares. Após a ação, o prédio foi liberado e os funcionários puderam entrar.
O presidente da Câmara, Auro Octaviani disse que a polícia fez buscas em todos os gabinetes, mas nada de ilícito foi encontrado. O parlamentar disse ainda que o vereador Batata foi preso em casa porque a polícia teria encontrado armas no local.
O advogado Cláudio José Amaral Bahia, que representa o vereador Batata, disse que o mandado de prisão foi cumprido por conta da Operação Raio X, mas que ainda não teve acesso ao conteúdo da acusação.
Em relação às armas encontradas na casa do vereador, conforme informou o presidente da Câmara, o advogado disse que estão regulares e já foram devolvidas pela polícia.
Ainda segundo a Polícia Civil, foram apreendidos em vários endereços, veículos, documentos, computadores, celulares, além de dinheiro que está sendo contabilizado. O resultado da ação será apresentado nesta tarde em Bauru. Na região noroeste paulista, a ação é realizada nas Santas Casas de Birigui e Penápolis.
OPERAÇÃO RAIO-X – A ação é coordenada pela Polícia Civil de Araçatuba por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e faz parte de uma operação realizada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal do Pará.
São cumpridos 64 mandados de prisão temporária e 237 de busca, sendo 180 no estado de São Paulo e 57 nos demais estados, além do sequestro de bens e valores. Até o fim da manhã, 20 pessoas foram presas.
De acordo com a investigação, o esquema envolve uma Organização Social (OS) que administra hospitais e clínicas em várias cidades do país.
Os donos são suspeitos de pagar propina a agentes públicos para conseguir os contratos que, em geral, são superfaturados.
Os crimes investigados são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que já está colaborando com a Polícia e o Ministério Público nas investigações. Disse também que todas as informações necessárias para esclarecer as suspeitas das quais a pasta é vítima estão à disposição dos órgãos competentes.
A Secretaria informa ainda que fará um pente-fino em todos os contratos e convênios firmados com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) apontadas pelo MP e Polícia Civil e, se detectada qualquer irregularidade, realizará o rompimento dos mesmos.
A pasta repudia qualquer conduta que viole a legislação ou desrespeite a população usuária do SUS, reafirma seu compromisso com o uso correto dos recursos públicos e com o cumprimento das leis.
*Com informações Alan Schneider / TV TEM