O vereador Léo Ripoli renunciou ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Avaré. O documento informando a renuncia foi protocolado nesta sexta-feira, dia 12 de maio.
No ofício encaminhado a Mesa Diretora, o vereador afirma sua “irresignação da forma como a Câmara vem sendo conduzida ultimamente, onde não existe harmonia entre os integrantes da Mesa Diretora, diversas despesas vêm sendo realizadas ao arrepio da legislação, a exemplo de gratificações a cargos comissionados e até mesmo a deflagração de concurso público, cuja a empresa foram contratada sem o devido processo licitatório e estando em investigação pelas autoridades constituídas”.
O vereador agradeceu a todos os funcionários do legislativo. “Aproveito a oportunidade para expressar meus sinceros agradecimento e eterna gratidão aos servidores do Poder Legislativo, que não mediram esforços para auxiliar o presidente nas questões de ordem técnica”.
Em nota à população Léo Ripoli destacou a falta de apoio para cumprir seu trabalho. “A frente da presidência, busquei realizar um trabalho de excelência, primando pela legalidade dos atos administrativos, tentando reduzir os gastos e o inchaço da máquina pública, mas não obtive o apoio necessário”.
Ainda na nota, ele afirma que, no atual cenário político avareense, a população estaria sendo deixada de lado. “Diante de um cenário político, onde a população está sendo deixada de lado, e interesses pessoais estão prevalecendo, não me sinto confortável, e não posso admitir que o povo seja lesado de alguma forma. Por isso, através desse ato, abdico e renuncio do cargo de Presidente da Câmara de Vereadores da Estância Turística de Avaré”.
Léo Ripoli finaliza a nota informando que continuará seu trabalho como vereador do legislativo avareense.
Segundo o parágrafo 4º do artigo 20 da Lei Orgânica do Município, “vagando-se qualquer cargo da Mesa, será realizada eleição para seu preenchimento no expediente da primeira Sessão subsequente à verificação da vaga”.
Ainda segundo a Lei Orgânica, os vereadores terão que eleger o novo presidente na sessão ordinária de segunda-feira, dia 15 de maio.
Porém, o artigo 36 do Regimento Interno diz que: “Vagando-se qualquer cargo da Mesa, será preenchida a vaga pelo vereador suplente indicado pela chapa eleita, tão logo seja recomposta a Mesa, no expediente da primeira Sessão Ordinária subsequente à verificação da vaga, ou em Sessão Extraordinária convocada para esse fim, para completar o mandato”.
Advogados ouvidos pela reportagem destacam que a Lei Orgânica seria soberana em relação ao Regimento Interno.
Diante das divergências, o caso poderá parar no Poder Judiciário.
POLÊMICA – Léo Ripoli assumiu a presidência em janeiro, após ser eleito com os votos dos vereadores da base de apoio da administração do prefeito Jô Silvestre.
Na época, ele chegou a fazer parte da chapa da oposição, mas acabou mudando de ideia e concorrendo com os vereadores da situação.
Meses depois, os demais membros da Mesa Diretora, composta pelos vereadores: Flávio Zandoná (vice-presidente), Roberto Araújo (1º secretário) e Ana Paula do Conselho (2ª secretário) começaram a ter atritos com o presidente da Casa.
Os desentendimento entre o presidente e os demais membros da Mesa Diretora gerou a exoneração do assessor direto de Léo Ripoli.
A partir disso o vereador passou a votar junto com a oposição em alguns projetos, o que desagradou os demais membros da Mesa Diretora.
No início de abril, a Mesa Diretora tentou destituir Léo Ripoli da presidência, mas o ato foi suspenso pela Justiça.
No dia 17 de abril, a Justiça deferiu uma liminar para que uma nova eleição fosse realizada para eleição da Mesa Diretora, mas os vereadores da situação conseguiram suspender a decisão no TJ.
Outra atitude que teria desagradado os demais membros da Mesa, foi a atitude isolada de Léo em atender a uma solicitação da Justiça Federal e extinguir a função de vereador de Jairinho do Paineiras, sem conversar com os demais vereadores.
Nesta semana, o então presidente Léo Ripoli chegou a suspender o Concurso Público realizado pela Câmara, porém o ato foi revogado pelos membros da Mesa Diretora.
A série de polêmicas nos últimos 4 meses acabaram gerando o pedido de renuncia de Léo Ripoli a função de presidente da Câmara de Avaré.