Os vereadores Claúdio Oklahoma (PSL) de Tatuí e Célio de Barros (PSDB) de Pardinho tiveram seus mandatos cassados, na segunda-feira, dia 11 de julho, por quebra de decoro parlamentar, após falas racistas e machistas.
A Câmara Municipal de Tatuí determinou por unanimidade a cassação do mandato do vereador Claúdio Oklahoma. A sessão que analisou o mandato do político começou na noite de segunda-feira (11) e terminou na manhã desta terça-feira (12).
A denúncia apresentada acusou o político de se referir a uma mulher negra como “chita”, “carvão queimado” e outras expressões racistas em um grupo de WhatsApp. O caso ganhou repercussão no dia 29 de março, depois que prints foram divulgados nas redes sociais. O vereador Cláudio Oklahoma (PSL) nega que seja o autor das mensagens.
Nos prints que circularam na internet, uma das mensagens dizia que uma mulher negra seria transferida para trabalhar em Quadra (SP) “porque é muito feia para ficar na agência de Tatuí. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada, de feia”.
Nas mensagens atribuídas ao vereador, ele também supostamente se referiu à mulher como “diabo”, “vesga” e diz que “o filho é tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora”.
Os prints também mostraram mensagens de cunho sexual sobre a vítima, que foi chamada de “neguinha” na conversa. Houve o envio da foto de uma banana com a legenda: “deixa a chita louca”.
A vítima disse que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.
PARDINHO – O vereador Célio de Barros, o Celião (PSDB), foi cassado por quebra de decoro parlamentar após denúncia de injúria contra uma jornalista.
Durante a votação do pedido de cassação, seis dos parlamentares votaram a favor e três, sendo Renan Ebúrneo (PTB), Diego Ribeiro (Cidadania) e Marcelo Camargo (Cidadania). Quem assume a vaga é o suplente Rodrigo Costa (PSDB). O g1 questionou o vereador, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Em abril, segundo a denúncia feita pela própria jornalista Elaine Abramides. Celião, que também é presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta para investigar outro vereador envolvido em uma denúncia de desvio de verba pública, a teria criticado durante uma sessão da CEI e emitido um comentário de tom machista e ofensivo.
Na ocasião, o áudio com as ofensas foi entregue junto com a denúncia e circulou pelas redes sociais da cidade. O vereador disse o seguinte durante os trabalhos da CEI: “quando eu estava de prefeito, ela [jornalista] só faltava dar para mim”.
A sessão que votaria a cassação ocorreria no dia 4 de julho, mas foi suspensa pela Justiça, após o vereador Diego Ribeiro entrar com o pedido de cancelamento com a justificativa de que não teria sido oficialmente notificado para emitir o parecer.
O vereador Celião também havia entrado com um mandado de segurança na 3ª Vara Civil da Comarca de Botucatu para tentar suspender a sessão, mas teve o pedido negado pela Justiça.
Ainda em abril, a Câmara aprovou o afastamento do vereador Celião. Contudo, no dia 19 de maio, ele retornou ao cargo com uma liminar dada pelo relator Bandeira Lins, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).