Técnicos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa promoveram uma visita técnica ao antigo fórum na tarde de terça-feira, 13 de setembro. O objetivo foi registrar a deterioração do imóvel histórico que pertence ao Governo do Estado de São Paulo, mas que, até 2020, estava concedido a Prefeitura de Avaré que não mostrou interesse em manter a concessão.
Os cadeados precisaram ser serrados. Fechado há anos, o prédio apresenta rachaduras. Parte da estrutura está escorada para evitar que o piso superior ceda.
A visita técnica é fruto de demanda do Ministério Púbico (MP), que cobra a revitalização do imóvel.
O levantamento fotográfico vai dar subsídio para eventuais decisões posteriores da Secretaria de Cultura e Economia Criativa acerca do imóvel histórico, informaram os técnicos.
Ao contrário de Avaré, o antigo Fórum de Botucatu abriga um braço da Pinacoteca do Estado, fruto de uma parceria entre Governo Estadual e município que garantiu o investimento de R$ 11 milhões.
Com 2.878 metros quadrados de área construída, o espaço conta com o Museu da Arte Contemporânea (Mac) “Itajahy Martins”, que reúne cerca de 300 obras de importantes artistas nacionais e internacionais
Já na parte superior, no antigo “Salão do Júri”, ficarão as exposições da Pinacoteca do Estado, que reúne obras de inestimável valor histórico para o país.
HISTÓRIA – O imóvel, que apresenta elementos arquitetônicos em que predominam traços neogóticos, começou a ser construído em 1894. O espaço recebeu a Cadeia Pública até 1955. Já o Poder Judiciário saiu dali em 1969, ano em que nele se instalou a Delegacia de Ensino. Em meados dos anos 90, o espaço foi desativado por falta de conservação.
O prédio foi tombado em 1980 pelo Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado (Condephaat) graças aos esforços da jornalista e acadêmica Anita Ferreira De Maria.
No ano 2000, o governador Mário Covas deu permissão de uso do imóvel pela Prefeitura por 20 anos. Foi quando recebeu o nome de “Edifício Paschoal Bocci”, homenagem ao memorialista avareense. Desde então passou também a ser chamado de “Memorial de Avaré”.
Em 2005, o Museu Histórico passou a funcionar no antigo prédio. No entanto, o quadro de deterioração piorava: trincas nas paredes e avarias no telhado sinalizavam que o prédio poderia ruir caso não fosse feita uma restauração.
O imóvel de 128 anos apresenta paredes gravemente comprometidas por infiltrações e o teto pode desabar devido à falta de limpeza de calhas. Para uma avaliação mais criteriosa, no entanto, seria uma necessária inspeção técnica que verificasse o estado real do comprometimento de sua estrutura.
Também em 2005, sem consultar o Condephaat, o ex-prefeito Joselyr Silvestre deu início a uma reforma que acabou resultando numa ação judicial contra ele motivada pelas alterações causadas no imóvel tombado.
O Fórum velho permanece fechado desde outubro de 2015, quando o andar superior, atualmente escorado por uma estrutura, passou a demonstrar risco aos servidores e frequentadores do Museu Histórico, que retornou para CAIC na ocasião. Por fora, a situação não é melhor: as paredes apresentam infiltrações e as janelas estão depredadas.